Durante a copa do mundo o clima no Brasil é sempre o mesmo. O povo, que já não tem uma ação política relevante, entra num estado de torpor, e concentra suas atenções nos jogos e nos acontecimentos e que ocorrem em paralelo a eles. Isso já tem mudado um pouco, mas o sentimento de euforia tem o poder de “anestesiar” o povo quanto a qualquer outro problema que o aflige. Durante a copa não se fala em aumento de preços, inflação, falência da segurança pública, educação, saúde, transportes públicos, distribuição de renda, e principalmente a corrupção. Parece que a operação lavajato, e seus desdobramentos ficaram numa espécie de trégua, até que termine o evento, ou até que o Brasil seja desclassificado. Não me entendam mal, não sou contra futebol, nem copa do mundo. Mas acredito que as coisas precisariam ser melhor dosadas. Enquanto a maioria dos filhos da Pátria se descuidam vibrando com a competição, a pilantragem política continua atenta e ativa em promover os atos de sempre, corrução e lesão ao erário público. Aprovando leis na calada da noite com grande poder de “lesa Pátria”. O descuido do povo, é que cria a oportunidade para os gatunos de plantão. Espero como todo brasileiro, que o Brasil se dê bem na competição, mas não se pode baixar totalmente a guarda.
A mídia também entra nesse estado de “descuido”, pois a grande maioria dos noticiários dos jornais, televisão estão voltados para o acontecimento esportivo. Nesse meio tempo, o STF inocenta a Senadora Gleisi Hoffman e seu Marido, e prepara novas ações que podem fazer ruir o castelo de esperança erguido pelo Ministério público, pela parte sadia da magistratura, e pelos movimentos populares que se fazem ouvir pelo Brasil desde 2013, estes hoje tímidos.
Enquanto não for dado a dose certa de importância aos fatos, nem a prioridade deles para com a nação brasileira, estaremos abrindo o flanco para a investida dos inescrupulosos e oportunistas. Os reais problema do País precisam ter prioridade maior do que as tatuagens, brincos e penteados dos jogadores de nossa seleção. O futebol é apenas um esporte como qualquer outro, mas para nós brasileiros funciona como uma dose de entorpecente, que nos tira o juízo a ponto de nos deixar vulneráveis às ações mal-intencionadas dos maus políticos. Vibremos sim, comemoremos sim, mas com um olho na copa e outro na realidade do Brasil.