SEM NOÇÃO
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Quarta-feira, 27 de Junho de 2018
Não fosse a enorme distorção pela qual passa uma nação, quando mobiliza-se de uma forma exemplar quando a seleção brasileira joga, e nós teríamos uma performance muito melhor como cidadão, se esta proposta fosse realizada em outras situações.
Um país como o nosso, o Brasil, se enveredasse pelo caminho do trabalho sério, por exemplo, e tudo seria muito diferente nele, a começar por melhores remunerações que o povão receberia em sua contra prestação laboral. Mas não, aqui valoriza-se muito mais o lazer, a gandaia, o samba e o futebol.
E é interessante observar-se como essa coisa se dá. É super orquestrada. Contém uma organização, uma estratégia e uma estrutura invejável, talvez nem vista em outro país, principalmente os ditos de primeiro mundo. Uma pena que seja para algo subjetivo: uma partida de futebol.
A bem da verdade, isso só acontece porque o brasileiro é um ser pequeno. Acostumou-se com um mínimo indispensável. Talvez por isso é que se submeta às coisas que acontecem no país, principalmente na área pública social e de saúde, onde escolas e hospitais vivem em pandarecos, atendendo de forma displicente, negligente e incompetente.
Daí os desdobramentos de tantos absurdos descambam para outras nuances. E a primeira delas é a corrupção. E esta é larga, profunda e extensa em nossa nação, a ponto de ter alcançado um nível e um padrão absurdos, cuja eliminação, agora, só se dará com um gesto de alto teor de contundência. Isto quer dizer que só através das armas é que se poderá tentar acabar com tantos absurdos.
No entanto, como o grau de comprometimento de tanta gente, isso até nem se realize, porque o contingente é tão enorme que boa parte da população não se mobilizará para ver mudar uma situação esdrúxula como a que existe aqui, tornando-se isto um meio de sobrevivência automático, impossível de se reverter.
Assim, é que se investe pesado em coisas desnecessárias como um estádio de futebol grandioso e custoso. E a Copa do Mundo de 2014, realizada aqui em nosso país, deixou isso muito bem definido, a ponto de vários os custosos estádios construídos naquela época, hoje são tachados de "verdadeiros elefantes brancos".
Dessa forma, a saúde e a educação, principalmente, foram os quesitos que sofreram maiores prejuízos naquela época, mas o reflexo disso estamos vendo é nesses dias atuais. E o povão, inconsciente que é, nem o percebe. Só sofre, morre ou continua sem noção.