Na estação do metrô de Botafogo, onde costuma entrar muita gente, um jovem, que devia ter uns quinze ou dezesseis anos, com o braço tatuado e os cabelos de duas cores, entrou também. Correu para sentar-se no único banco vazio, o do idoso. Um senhor, mais ou menos setenta e poucos anos, mas ainda forte, ficou na frente do moleque pra ver se ele se dignava a dar-lhe o lugar. Como ele não o fez, o senhor olhou bem pra ele e lhe perguntou se ele era deficiente. O menino, com ar de deboche, querendo parecer engraçado, disse: sou sim, tenho o pau torto.
- Isso não é deficiência. O meu também é torto e eu fiz onze filhos.
Como ele não fez o menor sinal de que iria dar o lugar para o velho senhor, este o suspendeu com uma das mãos apenas, o levou até a altura dos olhos e lhe falou calmamente: você também vai ficar velho um dia, a menos que morra antes, o que vai ser uma lástima para o planeta e, soltando-o no chão, lhe ordenou que descesse na próxima estação. O moleque não imaginou que aquele senhor tivesse tanta força. Desceu na próxima estação, branco de medo e com as pernas bambas. Espero que tenha aprendido a lição.
- Isso não é deficiência. O meu também é torto e eu fiz onze filhos.
Como ele não fez o menor sinal de que iria dar o lugar para o velho senhor, este o suspendeu com uma das mãos apenas, o levou até a altura dos olhos e lhe falou calmamente: você também vai ficar velho um dia, a menos que morra antes, o que vai ser uma lástima para o planeta e, soltando-o no chão, lhe ordenou que descesse na próxima estação. O moleque não imaginou que aquele senhor tivesse tanta força. Desceu na próxima estação, branco de medo e com as pernas bambas. Espero que tenha aprendido a lição.