A VALORIZAÇÃO INVERTIDA

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Segunda-feira, 25 de Junho de 2018

O futebol não é um tema muito trabalhado neste espaço. Por muitas e várias razões. E a primeira delas é pelo autor ter jogado bola quando jovem. Pelo menos até o início da década de oitenta, quando por uma contusão séria no tornozelo direito, veio a desistir de tal intento.

Mas a oposição que faço desse assunto não é exatamente pela impossibilidade de praticar o futebol. São várias as nuances que fazem torcer o nariz por ele. E a primeira delas é que a qualidade técnica dos jogadores atuais não passa nem perto daquela que os das décadas anteriores à de oitenta praticaram.

É de se louvar o aspecto físico nos jogadores da atualidade, mas isso não chegou a melhorar a performance deles se comparada com os de antes, porque abandonou-se a técnica apurada, trocando-a por vigor físico, o que provocou a queda da qualidade individual de quase todos, fazendo-os praticarem um futebol feio, sem graça e sem arte, como dantes.

No entanto o lado financeiro dos atuais jogadores sofreu uma enorme valorização. Qualquer desses jogadores de qualidade duvidosa, anda ganhando dinheiro muito mais do que ganhavam os craques de antes. E isso é até inexplicável. Mas, claro, se consegue explicar, sim.

Mas observo um fato desagradável na postura e, principalmente, na conduta dos jogadores atuais. Apresentam um grau muito grande de presunção. Grande parte deles, até os mais fraquinhos, se acham mais Brastemp do que na realidade são. E não há quem os convença disso.

E o fato surpreendente é ver jogador de futebol ganhando a fortuna que ganha. Valorizou-se uma atividade simples, que é a de se ver alguém correndo atrás de uma bola sintética, de uma forma que podemos considerar como estúpida, porque grande parte desses jogadores não possuem quesitos e requisitos tão valorosos para tal e para tanto.

Mas a culpa nem é deles. É sim das pessoas que valorizaram uma pseudo arte, que até já foi mais apurada, mas que hoje não passa de uma coisa grosseira e até violenta, com vários episódios graves de atletas machucados e também alijados de jogos com certa frequência.

Isso seria um assunto a ser explicado pelo seguidores de Freud. Mas parece que ainda não apareceu ninguém com tal intento. Daí que vamos assistindo absurdos sobre absurdos. Enquanto isso, aquele que estuda, se profissionaliza numa atividade de mais importância, sujeita-se a ganhar remuneração quase que irrisória. É preocupante uma situação como essa. Sem nenhuma dúvida.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 26/06/2018
Código do texto: T6374268
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