AS RODAS DO MUNDO. VIAJAR.

Tudo mudou muito, é preciso estar alerta, antigamente, dez anos atrás, nem tão longe assim, entrava-se em bares de Amsterdam onde o “hachiche” era permitido fumar, sem nenhum problema com as cercanias e possíveis violências de um suposto e ativo tráfico. Assisti trens cheios chegarem na sexta para usufruir da liberação em alguns locais que estampam na vidraça a folha da erva indicando ser local livre para o consumo. Não é a mesma coisa, há intimidação para turistas que passam, o mesmo se diga de Genève, onde a juventude de uma Suíça cantada em prosa e verso como pacífica também é diferente. Bégica local de esconder terroristas, embora Bruges seja impossível de não se conhecer, e Gand.

Inglaterra, que não gosto, tem seus registros e significativos do terror.

Na mais interessante, bela e cultural cidade do mundo, tirando a raiz de todas as artes, Itália, Paris festejada não sem razão, incrivelmente aberta para todos os gostos, minha segunda cidade, hoje os refugiados fazem como na Índia nas cercanias de Saint Denis, e até próximo da Praça Republic, abaixam as calças e defecam, lastimável.

Como no maior mercado de pulgas do mundo, descendo do metrô, para quem nele se desloca, em Port de Clignacourt, um fantástico bairro inteiro de centenas e centenas de lojas de tudo que se possa imaginar, incrível, em antiguidades, obras de arte, roupas usadas praticamente novas, etc, mudou a ponto de ser um risco andar por aquelas bandas, que era um dos maiores polos turísticos da metrópole. Local onde se comia a melhor comida indiana talvez não servida nem na Índia.

No Rio e em São Paulo nenhum restaurante indiano que preste entre os poucos. O que aconteceu com os restaurantes indianos parisienses neste bairro? Fecharam diante da invasão dos refugiados, os turistas sumiram. No local casas de comércio para produtos de alisamento de cabelos, incontáveis. Mudou o perfil do bairro, totalmente. Ano retrasado mais de cem carros foram incendiados.

Na proximidade da Praça de Republic, onde se acha um dos mais prestigiados restaurantes de Paris, o Bofinger, onde a esquerda histórica da cidade se reunia para tentar as viradas, come-se o melhor chucrute do mundo e a famosa torta floresta negra. A mesma família ali se sucede faz trezentos anos, uma maravilha, fora o ambiente “art nouveau”, com fantástica arquitetura e esculturas que faz o encantamento da visão ao curso da refeição. Mas começa a ficar proibitiva a região, nas proximidades do Bataclã, onde em show houve invasão e matança por terroristas (180 mortos), fato recente, e após metralharam restaurantes próximos, inclusive o Bofinger. Não dá mais para ir, o trauma foi grande e o restaurante está quase sempre fechado.

Em Nice, maravilhosa cidade litorânea, que ninguém em França deve deixar de conhecer, trocada com a Itália durante a unificação italiana, em dia de festa, atropelaram e mataram de caminhão, na Rua da Praia, Promenade des Anglais, então fechada para pedestres , muitas pessoas.

Onde se abordar estão as possibilidades das surpresas e o temor, a perda da paz. Contra a surpresa não há prudência.

Estão assim as rodas do mundo, o ideal é pegar o carro e rodar pelas maravilhosas estradas e ficar em cantinhos agradáveis como a Costiera Amalfitana na Itália, se hospedar em Positano, ir a partir de Positano a Capri, passar o dia, ou percorrer os rincões suíços como a paradisíaca Grindwald.

Mudou muito a Europa, a surpresa está onde não se espera. Em qualquer de seu fantásticos locais históricos e de lazer, em todos os seus países.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 25/06/2018
Reeditado em 25/06/2018
Código do texto: T6373539
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