FUNK OSTENTAÇÃO

Um novo movimento jovem tem acontecido nos shopping centers, por todo o país. O chamado, Funk Ostentação. Trata-se de jovens, que, no vazio de suas almas, buscam valorizar o “ter”, em detrimento do “ser”.

Buscam, esses jovens, ostentar as marcas e custos dos vestuários, acessórios e adornos, por eles utilizados e que lhes envolvem o corpo.

Ao serem interpelados por algum repórter, ou pessoa interessada, sobre os valores correspondentes a cada item componente de sua indumentária, adornos e acessórios, orgulhosos, apressam-se em afirmar, com as ênfases que lhes são próprias: “bom, a calça é da marca tal e custou R$2.350,00, a blusa, da marca tal e paguei por ela, R$850,00, os tênis, são de tal grife e me custou R$2.350,00, este cinto (um pedaço de lona, com cerca de dois palmos dependurados na linha da braguilha), custou R$280,00, já estáa bolsa, hum!, olha, eu paguei R$14.000,00, este bracelete, de ouro, com pedrinhas de diamante, foi mais de R$9.800,00 e este colar de pérolas, R$5.200,00”.

Outros jovens, similarmente paramentados, enfatizam as cifras de cada item por eles ostentados. O que, vale ressaltar, aos meus olhos, não passam de indumentárias comuns e de combinações de extremos mal gostos.

É uma pena que toda essa pose, posse e materialismo, só resulte em pessoas fazias, infelizes, cada vez mais distanciadas da realidade da vida. Com um agravante: tornam, esses jovens, alvos potenciais de marginais, que, caso descubram as vultosas cifras que cobrem os seus frágeis corpos e mentes, venham a sequestra-los, assalta-los e até mesmo, a ceifar-lhes cruelmente a vida, para se apropriarem de valores que, somados, às vezes ultrapassam o custo de um automóvel dito popular.