"A MARCHA DO MAL SEMPRE É SEM TERMOS QUANDO DELE PARTICIPA O GOVERNO". Shakespeare.
Soma o acervo de Shakespeare para o memorialismo verdade intransponível, quando ideologias se confundem com despropósitos nos propósitos.
"A MARCHA DO MAL SEMPRE É SEM TERMOS QUANDO DELE PARTICIPA O GOVERNO". Shakespeare.
Com o poder em mãos, o mal é sem termos, desmedido, catastrófico e avassalador.
Não haveria melhor máxima, jargão, aforismo, dito popular, adágio, ditado, prolóquio, provérbio, sentença, que esse “bardo” skakesperiano para servir na campanha das eleições. Use-se o vocábulo preferido entre os sinônimos.
A sinonímia do mal no Brasil de hoje anda de braços dados com a política, sem fronteiras. Na equação insere-se o homem, sempre indisponível para sua missão humana, trabalhar e se colocar em prol do coletivo, em qualquer espaço de sua atuação, pública ou privada.
A mecânica humana desenvolve-se com a impulsão do egoísmo, esse fator não permite realização de qualquer ideologia sadia como propósito coletivo.
Sobre essa pretendida “Paz Perpétua” a obra de Kant é irrespondível.
“O poder executivo (governo) e o legislativo; o despotismo é o princípio da execução arbitrária pelo Estado de leis que ele a si mesmo deu, portanto a vontade pública é manejada pelo governante como sua vontade privada. – Das três formas de Estado, a democracia é, no sentido próprio da palavra, necessariamente um despotismo, porque funda um poder executivo em que todos decidem sobre e, em todo o caso, também contra um (que, por conseguinte, não dá o seu consentimento), portanto todos, sem, no entanto serem todos que decidem – o que é uma contradição da vontade geral consigo mesma e com a liberdade.
Toda a forma de governo que não seja representativa é, em termos estritos, uma não forma, porque o legislador não pode ser ao mesmo tempo executor da sua vontade numa e mesma pessoa (como também a universal da premissa maior num silogismo não pode ser ao mesmo tempo a subsunção do particular na premissa menor);.... ao menos possível que adotem um modo de governo conforme com o espírito de um sistema representativo como, por exemplo, Frederico II ao dizer que ele era apenas o primeiro servidor do Estado, ao passo que a constituição democrática torna isso impossível porque todos querem ser soberano.
–Pode, pois, dizer-se: quanto mais reduzido é o pessoal do poder estatal (o número de dirigentes), tanto maior é a representação dos mesmos, tanto mais a constituição política se harmoniza com a possibilidade do republicanismo e pode esperar que, por fim, a ele chegue mediante reformas graduais. Por tal razão, chegar a esta única constituição plenamente jurídica é mais difícil ...... Muitas vezes se censuraram os altos títulos que, com frequência, se atribuem a um príncipe (os de ungido de Deus, administrador da vontade divina na Terra e representante seu) como adulações grosseiras e fraudulentas; mas parece-me que tais censuras são sem fundamento.
– Longe de tornarem arrogante o príncipe territorial, devem antes deprimi-lo no seu interior, se ele tiver entendimento (o que, no entanto, se deve pressupor) e pensar que recebeu um cargo demasiado grande para um homem, isto é, administrar o que de mais sagrado Deus tem sobre a Terra, o direito dos homens, e deve estar constantemente preocupado por se encontrar excessivamente próximo ..... de Deus.” Kant, In “Paz Perpétua”.
Vamos girando nessa roda cíclica fazendo o que esteja ao nosso alcance.