A VOLTA DA BARBÁRIE (Wilson Lalor)
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http://carloscostajornalismo.blogspot.com/2018/06/a-volta-da-barbarie-wilson-lalor.html
Dois vídeos em sequência, postados pelo leitor Wilson Lalor, mostrando uma pessoa, dentro um carro em movimento, provavelmente um policial civil já espancado, humilhado e filmado e sendo ameaçado por bandidos armados dizendo que ele e dizendo que seria “morto” e, depois, a mesma pessoa já agonizante no chão com camisa amarela sendo metralhada. Esses dois vídeos analisados juntos ou separados, me passaram a certeza que retornamos à Barbárie, abolida no século XIX e retornando em pleno século XXI, quando as maiores atrocidades são filmadas, postadas e compartilhadas em rede sociais.
Não consegui saber em qual Estado teria sido feito a filmagem. Talvez, tenha ocorrido no Acre, no qual está ocorrendo uma disputa pelos pontos de tráfico no Estado. Recentemente uma namorada de um traficante que teria dado ordens de dentro da prisão para executá-la usando o celular. A filmagem seria a “prova” da execução da inocente moça embora que o único crime que cometera foi ter se envolvido com um traficante preso.
O compartilhamento deixou-me chocado com tamanha brutalidade e deu-me a certeza que estamos retornando à Barbárie, dessa vez porém a “Tecnológica”. Seria a prova mais evidente do retorno ao Estado de Natureza, abolido do mundo no século XIX e substituído pelo Estado Social? Quando é que os congressistas acordarão para toda essa brutalidade e apresentarão um projeto de Lei propondo uma Pena Social de pelo menos três anos de internação obrigatória para tratamento da Dependência Química. Talvez se o deputado estadual Luiz Castro, candidato ao senado pela Rede Solidariedade, espero e aguardo que seja apresentado, mesmo que seja rejeitado em plenário.
No século XXI em plena era da tecnologia não esperava assistir o retorno rápido época da bestialidade social, às execuções filmadas e postadas em redes sociais, mesmo que venha servir de prova contra os criminosos. Ninguém tem o direito de executar ninguém sumariamente, sem direito a um julgamento justo.
"Não defendo o crime, mas o direito de o criminoso ter direito a um julgamento justo" como me ensinou em.1982 o jurista amazonense residente no RJ, Carlos de Araújo Lima, autor de dois volumes também lançados em Manaus que defendeu famosos crimes no Tribunal do Júri da capital carioca, como “O Crime da Toneleira”, como ficou conhecido o atentado contra o Jornalista, político, Carlos Lacerda na Rua Toneleiro, que levou ao suicídio do presidente Getúlio Vargas, dezenove dias depois do atentado. Vargas, historicamente é conhecido como “O pai dos pobres”.