É PRECISO SABER DIALOGAR
Com toda certeza, diálogo é a base para qualquer tipo de entendimento.
Mas há que ser um diálogo dialogado, e não monologado...
Ósculos e amplexos,
Marcial
É PRECISO SABER DIALOGAR
Marcial Salaverry
Certamente é preciso saber dialogar, uma vez que em qualquer tipo de relacionamento, seja amoroso, seja de amizade, seja entre pais e filhos, seja profissional, ou comercial, basta que haja pessoas envolvidas, a base de tudo foi, é e sempre será o diálogo. É importante que haja entendimento entre as partes, e este só poderá ser conseguido se houver diálogo.
Muitas vezes nos calamos ante certas situações que nos causam desconforto, ao invés de procurar acertar as coisas, ou ao menos tentar um entendimento. Claro que existem situações que não existe possibilidade de diálogo. Chegando-se a essa encruzilhada, a melhor opção é mudar de rumo, e até mesmo silenciar, para que não se degenere em discussão e em briga.
Em casos assim, se não houver possibilidade de entendimento, é o fim do diálogo. É o fim da harmonia do entendimento, impondo-se um ponto final no assunto, e dessa maneira, muitas vezes, o silêncio é a melhor arma para evitar-se discussões estéreis, ou infindáveis polemicas.
A propósito, vejam a mensagem que me foi passada por L’Inconnu:
"Pior do que uma voz que cala, é um silêncio que fala".
Nessas ocasiões, o silêncio diz verdades irrefutáveis. Diz que não desejamos mais falar sobre o assunto, diz que toda e qualquer possibilidade de diálogo chegou ao fim. Diz que é um rompimento definitivo. Verdade seja dita, em certos casos, o silêncio é um autêntico grito de alerta, dizendo um basta para discussões estéreis. Ele nos fala tantas coisas, nos faz repensar sobre atitudes que vínhamos tomando, e até mesmo possibilita um retorno a um diálogo depois que as coisas esfriarem. Essa a importância do diálogo, mantê-lo até onde for possível, e retoma-lo quando for possível novamente.
Nem a discussão, nem o silêncio falam de perdão, falam de nova chance, mas o diálogo retomado, abre perspectivas para tudo. Devemos portanto, saber usar o silêncio para quebrar um clima de discussão, para evitar que a situação se agrave, e para que se possibilite uma análise da questão, verificando-se se será possível reatar-se o elo rompido.
Há que se saber interpretar os silêncios, nem sempre os considerando como fim de tudo, mas como uma trégua a ser observada, para que os ânimos esfriem. Devemos usa-lo quando o diálogo está tomando o perigoso rumo da discussão, quando ambas as partes permanecem firmes em seus pontos de vista, ao invés de procurar um meio termo compatível, e esse pode ser considerado o diálogo do silencio. A chamada pausa para meditação, quando é necessário um tempo para pensar e analisar situações conflitantes...
Certamente nem sempre é fácil calar-se quando a discussão começa a ficar acesa. E como é importante saber faze-lo, sobretudo quando alguém tenta nos provocar, tentando polemizar certas situações, quando simplesmente, por quaisquer razões, tentam nos “chamar para a briga”, (empregando um termo de minha infância longínqua), devemos saber evitar essa provocação gratuita, pois muitas vezes, perdemo-nos em questões estéreis que a nada nos vão levar, apenas em função de um temperamento polemizador. Ainda podemos tentar um diálogo, indagando o porque dessa provocação, mas a melhor resposta que poderemos dar, ainda e sempre será o silêncio, para que ambos os lados possam repensar e reavaliar situações.
Dizem que “da discussão nasce a luz”, mas também grandes brigas bem iluminadas. A luz poderá nascer de um diálogo ponderado, em que ambas as partes possam se explicar, sem que estejam com o espírito prevenido, mas simplesmente ambas, dispostas a falar e a ouvir, e esse ponto é fundamental, "saber falar e ouvir"... Desse diálogo poderá surgir um acerto, ou não, mas de um jeito ou de outro, será algo amigável, acertado civilizadamente.
E uma das maneiras de sempre resolver as coisas ponderadamente, através de um diálogo amigável e gostoso, é tendo o desejo de fazer de cada dia, sempre UM LINDO DIA, e se isso é bom, pra que mudar?