PROPOSTA POÉTICA
Quanto a minha pessoa, fico incomodado quando do uso de ilustrações em meus poemas, temeroso de que elas interfiram na sua fluidez. Penso na possibilidade de que a vestimenta dada a ele sobressaia de maneira “escandalosa”, deturpando a proposta poética do texto em questão...
-Que fiquem apenas as imagens mentais, oriundas das figuras de linguagem utilizadas ou não como peças constituintes dele.
Outra coisa que me furto em fazer é apresentar-me antes de um texto meu... Por acreditar que os leitores prováveis destes textos, confundam o autor-poeta, com o próprio poema, correndo o risco de corromperem a proposta poética contida neles.
-Que fique apenas a mensagem contida nos textos, ou as que se apresentam subjacentes a eles, por fazerem parte em verdade do repertório dos meus poetas-leitores.
Temo que se confundam o poeta-carteiro, com o poema-mensagem, nas leituras superficiais que estão em curso na maioria das vezes, tendo em vista, que em muitos casos chegam a se conflitarem um com o outro... No meu caso e experiência foi assim!
Entendo também o momento da gênese do poema como o da intuição que fixa em vocábulos um sentir, que se não auto explica, há de ter, ainda assim, um fundamento, que se porá, ou não, a mostra com o decurso narrativo, poético...
Penso a fase da transpiração, como a de uma lapidação, tendo em vista por a mostra o melhor que dada proposta poética tenha por oferecer... Mas faço uma ressalva, o nosso melhor poema, pode não trazer em si a nossa melhor poesia... E a nossa melhor poesia, não necessariamente pode estar em nosso melhor poema, por uma razão a meu ver muito simples:
Um poema é antes um ponto de vista, que pode conter em si mesmo muitos pontos de encantamento e alumbramento, mas este encanto e este alumbramento podem não serem percebidos pelo poeta-leitor, por exemplo, por este não ter o repertório necessário para o entendimento da proposta poética apresentada, ou por puro estranhamento, por falta de consonância de um com o outro, ou por simplesmente não ser o momento ideal para um se fixar ao outro. Sem contar a falta de pericia do poeta-autor em manusear as palavras, em moldar sensações e tessituras com o uso de figuras de linguagem, ou ainda, apesar delas, não conseguir sintetizar, no poema, um estado de poesia tal, que seja palpável e palatável ao poeta- leitor.
-Poetas não são artesãos que colocam em frascos-poemas, perfumes-poesias que apenas a sua audiência pode aquilatar?
Assim, a minha proposta poética é:
Foco no poema-mensagem, pouca presença do poeta-autor e liberdade para o poeta-leitor avançar a vontade nos textos apresentados...
Quanto ao encontro com a poesia, vou procurando, incansavelmente!
-Talvez um dia desses nós nos encontremos frente a frente!
Ficarei triste se ela, a encantadora poesia, já estiver dando-me as costas, e num olhar de soslaio me diga:
- Até nunca mais!
Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
09/06/2018
Quanto a minha pessoa, fico incomodado quando do uso de ilustrações em meus poemas, temeroso de que elas interfiram na sua fluidez. Penso na possibilidade de que a vestimenta dada a ele sobressaia de maneira “escandalosa”, deturpando a proposta poética do texto em questão...
-Que fiquem apenas as imagens mentais, oriundas das figuras de linguagem utilizadas ou não como peças constituintes dele.
Outra coisa que me furto em fazer é apresentar-me antes de um texto meu... Por acreditar que os leitores prováveis destes textos, confundam o autor-poeta, com o próprio poema, correndo o risco de corromperem a proposta poética contida neles.
-Que fique apenas a mensagem contida nos textos, ou as que se apresentam subjacentes a eles, por fazerem parte em verdade do repertório dos meus poetas-leitores.
Temo que se confundam o poeta-carteiro, com o poema-mensagem, nas leituras superficiais que estão em curso na maioria das vezes, tendo em vista, que em muitos casos chegam a se conflitarem um com o outro... No meu caso e experiência foi assim!
Entendo também o momento da gênese do poema como o da intuição que fixa em vocábulos um sentir, que se não auto explica, há de ter, ainda assim, um fundamento, que se porá, ou não, a mostra com o decurso narrativo, poético...
Penso a fase da transpiração, como a de uma lapidação, tendo em vista por a mostra o melhor que dada proposta poética tenha por oferecer... Mas faço uma ressalva, o nosso melhor poema, pode não trazer em si a nossa melhor poesia... E a nossa melhor poesia, não necessariamente pode estar em nosso melhor poema, por uma razão a meu ver muito simples:
Um poema é antes um ponto de vista, que pode conter em si mesmo muitos pontos de encantamento e alumbramento, mas este encanto e este alumbramento podem não serem percebidos pelo poeta-leitor, por exemplo, por este não ter o repertório necessário para o entendimento da proposta poética apresentada, ou por puro estranhamento, por falta de consonância de um com o outro, ou por simplesmente não ser o momento ideal para um se fixar ao outro. Sem contar a falta de pericia do poeta-autor em manusear as palavras, em moldar sensações e tessituras com o uso de figuras de linguagem, ou ainda, apesar delas, não conseguir sintetizar, no poema, um estado de poesia tal, que seja palpável e palatável ao poeta- leitor.
-Poetas não são artesãos que colocam em frascos-poemas, perfumes-poesias que apenas a sua audiência pode aquilatar?
Assim, a minha proposta poética é:
Foco no poema-mensagem, pouca presença do poeta-autor e liberdade para o poeta-leitor avançar a vontade nos textos apresentados...
Quanto ao encontro com a poesia, vou procurando, incansavelmente!
-Talvez um dia desses nós nos encontremos frente a frente!
Ficarei triste se ela, a encantadora poesia, já estiver dando-me as costas, e num olhar de soslaio me diga:
- Até nunca mais!
Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
09/06/2018