Mariana já estava cansada de ouvir aquelas gracinhas, sem graça, quando passava, comendo o seu X-tudo: gulosa, gorducha, bolota, tampa de piscina, saco de banha, e outras mais.
Naquele dia ela chegou em casa, se olhou no espelho e decidiu que não seria mais motivo de galhofas. Iria voltar a ter o corpo bonito que tivera anos atrás. Entrou no Google e procurou um SPA. Depois de muito pesquisar encontrou um que lhe pareceu honesto. AQUI VOCÊ EMAGRECE OU LHE DEVOLVEMOS O SEU DINHEIRO.
É esse, exclamou! Entrou em contato, fez o depósito e, no dia seguinte, arrumou a mala, vestiu sua calça manequim 48 e colocou na mala uma 44, com a qual pretendia voltar para casa depois daquelas duas semanas. A van chegou para pegá-la. Entrou determinada e encontrou uma galera da pesada.
Para o tempo passar mais rápido foi pensando - numa espécie de despedida - no hamburger, no empadão, no brigadeiro, no pudim de leite, na torta de banana e no sorvete de chocolate.
Ao seu lado sentou-se uma portuguesa de faces coradas e muito animada. Ao chegar ao local encontraram dona Silvia, conhecida – depois ficaram sabendo – como dona Sílfide, de tão magra que era. Bem-vindos, amigos! Eu gostaria que vocês se apresentassem.
Cada um foi dizendo o nome, o que faziam, etc.
- Maria - psicóloga. - João - arquiteto - Carlos - artista plástico - Denise - modista - Joana - bailarina de fank. E por aí foi, até chegar sua vez. Eu sou Mariana, psicologa, bailarina, modista, professora, jornalista e...GORDA!
- Para começarmos o dia vamos fazer uma caminhada, disse a simpática senhora.
A galera se livrou das malas e começaram a andar por mais de sessenta minutos. Trilha, morro, riacho e, finalmente, retornaram suados e famintos.
A portuguesa, com o nariz e as bochechas vemelhas, mais parecia que ia entrar no circo, para ocupar o lugar do palhaço.
Seguiram para o restaurante. De longe se podia ver o letreiro: RODÍZIO. Ela imaginou um rodízio de massas de todo tipo: rondelli, pizza, cane-loni, lasanha, talharim, mas logo tirou esses pensamentos pecaminosos da mente. Mais embaixo, com letras bem miudinhas estava, entre parêntesis (de folhas). Realmente era um rodízio variado. Tinha alface clara, escura, roxa, crespa, lisa, e um bilhete, entre elas, onde estava escrito “Comam à vontade”. Comeram à vontade, mas sem vontade.
Descanso, leitura, conversa, estreitar o relacionamento e novas atividades.
- Vamos para a piscina nadar até que vocês se sintam tão confortáveis quanto os peixes – determinou dona Sílfide.
Nadaram bastante para queimar aqueles milhões de calorias e esperar o lanche que era composto de meia maçã. Mas logo chegaria o jantar: CHURRASCO (vegano). Aposto que foi a Bela Gil que ensinou a fazer churrasco de berinjela, jiló, nabo, quiabo, maxixe, xuxu e melancia - pensou.
Os dias se passavam e o cardápio não era muito diferente. No quarto dia, quando já tinha gente roendo as unhas, puxando os cabelos e falando sozinha, a portuguesa, que já se tornara líder da moçada, reuniu a tropa e, baixinho, lhes contou do seu plano: Hoje à noite vamos fugir. Ouvi dizer que tem um povoado aqui perto que tem um pastel de dar água na boca. Às dez horas, depois que as luzes forem apagadas, saiam pela janela e se juntem atrás daquela gruta.
- Mas tem luz acesa no jardim a noite toda – exclamaram.
- Ora, pois! Já subornei o jardineiro pra dar uma pedrada na lâmpada às 9:59, portanto não se atrasem, dez horas em posto.
Desse dia em diante era toda noite a farra do pastel. Tinha de carne, camarão, palmito, queijo brie com damasco e até de feijoada. Mariana, de feijoada não gostou muito, só comeu uns dois ou três, mas não podia deixar de provar de todos.
O prazo já estava acabando e todo mundo notava que dona Sílfide estava ficando ansiosa. Na hora da partida todos foram pesados e exigiram o dinheiro de volta.
O SPA foi fechado. Agora souberam que dona Sílfide montou uma barraquinha de pastel e está fazendo o maior sucesso. Só tem um problema, ela está gorda e vai ter que procurar um SPA.
Naquele dia ela chegou em casa, se olhou no espelho e decidiu que não seria mais motivo de galhofas. Iria voltar a ter o corpo bonito que tivera anos atrás. Entrou no Google e procurou um SPA. Depois de muito pesquisar encontrou um que lhe pareceu honesto. AQUI VOCÊ EMAGRECE OU LHE DEVOLVEMOS O SEU DINHEIRO.
É esse, exclamou! Entrou em contato, fez o depósito e, no dia seguinte, arrumou a mala, vestiu sua calça manequim 48 e colocou na mala uma 44, com a qual pretendia voltar para casa depois daquelas duas semanas. A van chegou para pegá-la. Entrou determinada e encontrou uma galera da pesada.
Para o tempo passar mais rápido foi pensando - numa espécie de despedida - no hamburger, no empadão, no brigadeiro, no pudim de leite, na torta de banana e no sorvete de chocolate.
Ao seu lado sentou-se uma portuguesa de faces coradas e muito animada. Ao chegar ao local encontraram dona Silvia, conhecida – depois ficaram sabendo – como dona Sílfide, de tão magra que era. Bem-vindos, amigos! Eu gostaria que vocês se apresentassem.
Cada um foi dizendo o nome, o que faziam, etc.
- Maria - psicóloga. - João - arquiteto - Carlos - artista plástico - Denise - modista - Joana - bailarina de fank. E por aí foi, até chegar sua vez. Eu sou Mariana, psicologa, bailarina, modista, professora, jornalista e...GORDA!
- Para começarmos o dia vamos fazer uma caminhada, disse a simpática senhora.
A galera se livrou das malas e começaram a andar por mais de sessenta minutos. Trilha, morro, riacho e, finalmente, retornaram suados e famintos.
A portuguesa, com o nariz e as bochechas vemelhas, mais parecia que ia entrar no circo, para ocupar o lugar do palhaço.
Seguiram para o restaurante. De longe se podia ver o letreiro: RODÍZIO. Ela imaginou um rodízio de massas de todo tipo: rondelli, pizza, cane-loni, lasanha, talharim, mas logo tirou esses pensamentos pecaminosos da mente. Mais embaixo, com letras bem miudinhas estava, entre parêntesis (de folhas). Realmente era um rodízio variado. Tinha alface clara, escura, roxa, crespa, lisa, e um bilhete, entre elas, onde estava escrito “Comam à vontade”. Comeram à vontade, mas sem vontade.
Descanso, leitura, conversa, estreitar o relacionamento e novas atividades.
- Vamos para a piscina nadar até que vocês se sintam tão confortáveis quanto os peixes – determinou dona Sílfide.
Nadaram bastante para queimar aqueles milhões de calorias e esperar o lanche que era composto de meia maçã. Mas logo chegaria o jantar: CHURRASCO (vegano). Aposto que foi a Bela Gil que ensinou a fazer churrasco de berinjela, jiló, nabo, quiabo, maxixe, xuxu e melancia - pensou.
Os dias se passavam e o cardápio não era muito diferente. No quarto dia, quando já tinha gente roendo as unhas, puxando os cabelos e falando sozinha, a portuguesa, que já se tornara líder da moçada, reuniu a tropa e, baixinho, lhes contou do seu plano: Hoje à noite vamos fugir. Ouvi dizer que tem um povoado aqui perto que tem um pastel de dar água na boca. Às dez horas, depois que as luzes forem apagadas, saiam pela janela e se juntem atrás daquela gruta.
- Mas tem luz acesa no jardim a noite toda – exclamaram.
- Ora, pois! Já subornei o jardineiro pra dar uma pedrada na lâmpada às 9:59, portanto não se atrasem, dez horas em posto.
Desse dia em diante era toda noite a farra do pastel. Tinha de carne, camarão, palmito, queijo brie com damasco e até de feijoada. Mariana, de feijoada não gostou muito, só comeu uns dois ou três, mas não podia deixar de provar de todos.
O prazo já estava acabando e todo mundo notava que dona Sílfide estava ficando ansiosa. Na hora da partida todos foram pesados e exigiram o dinheiro de volta.
O SPA foi fechado. Agora souberam que dona Sílfide montou uma barraquinha de pastel e está fazendo o maior sucesso. Só tem um problema, ela está gorda e vai ter que procurar um SPA.