Caráter
Aproveitando o embalo da Copa do Mundo de Futebol de 2018, relembro uma crônica que escrevi e publicada no extinto jornal Diário da Tarde de 14/10/1999. Falava de um dos mais laureados do futebol brasileiro; Pelé.
Tenho lido rasgados elogios ao ex jogador de futebol Pelé. Não podemos negar suas qualidades futebolística, embora não mais que Garrincha, igual a Tostão e Didi. O meu questionamento sobre Pelé, é de caráter social: mil gols para criancinhas soa como demagogia, tão costumeira aqui no País. Nunca amou crianças esfarrapadas e muito menos o Brasil. Se o futebol é o ópio do povo, por que abandonou o Brasil e virou garoto propaganda do tio Sam? Dizer que não cedeu à pressão militar para participar da Copa do Mundo de 1974, é sair pela tangente e enganar trouxas. Sem Pelé e com Pelé, não tinha para o Brasil. A base e o carisma de João Saldanha já havia esfacelado. Saldanha foi boicotado na Seleção por que era comunista. Todos lembram que, em 1970, Zagalo queria como companheiro de Pelé no ataque um atacante do Botafogo de nome Roberto. O povo exigiu Tostão, uma herança de João Saldanha. Saldanha ganhou o epíteto de João Sem Medo. Médici exigiu a convocação de Dario. Saldanha respondeu; Se o Presidente deixar eu indicar ministro, eu convoco Dario”. O presidente da CBD disse; “ A comissão está dissolvida... Saldanha respondeu; “Quem dissolve é sorvete, me dispense."
Lair Estanislau Alves.