Mania

Já me perguntaram várias vezes se tenho eu alguma mania. Prontamente, a resposta que sempre dou é não!

Como não? Que a memória não lembre de alguma mania minha no momento em que sou questionado é verdade. Talvez meu subconsciente queira sempre me eximir de tal fato. Entanto, creio que todos nós temos uma ou mais manias, e não adianta dizer o contrário, você mesmo perceberá isso, e se verá repetindo gestos ou ações dia após dia. Ocorre que com o passar do tempo a mania se incorpora ao seu ser e isso a torna por vezes despercebível. Foi o meu caso...

Chegando hoje cedo ao serviço, liguei as máquinas de trabalho e acomodei-me à minha mesa - ela estava um pouco bagunçada, mas não é costume isso acontecer. Coloco vários acessórios sobre ela, sempre ao mais cômodo alcance, assim dou fluidez a meu lavor diário. Canetas, lápis, blocos de notas, carimbos, perfurador de folhas... E aqui está ele, o calendário! Esse foi meu denunciante.

Compulsando-lhe as folhas verifiquei que havia algumas datas sem o devido risco vermelho, marca indispensável aos dias que se foram. Corrigi a falha. E assim dispensei o mês de agosto, pronto para dar início ao seguinte. Assim também foi feito com todos os dias dos meses passados: julho, junho, maio, abril, março... é só lhe olhar as folhas e vê-las todas preenchidas por traços rubros.

Tarefa rotineira - ou mania, que seja -, sempre a faço ao final do expediente em todos os dias da semana, à exceção do sábado e do domingo, que são deixados para trás, antecipadamente, juntos com a sexta.