Falemos do rádio.

          Amo o rádio, ouço e gosto até hoje ! Tem um encanto que a TV não tem, e nunca terá.
           Isso não é saudosismo ou nostalgia , até porque não sou assim.
           O meu pai me disse que na sua infância haviam os rádios galenas. Para quem não sabe, a galena é uma pedra de radiação, hoje mais usado para baterias. E ficava aquele radião enorme na sala de estar ,aquecendo a família inteira com noticiários e velhas canções.
            Tenho um respeito enorme pelos artistas do rádio : Emilinha, Marlene, Dalva, Lamartine, Cauby, Ataulfo Alves, Noel Rosa e etc. Fizeram com que uma época fosse mais romântica, nos anos 40 e 50. Não vivi esse tempo, mas não precisamos viver uma época para imaginá-la.
            Nos anos 60, quando eu era criança, gostava de ouvir as músicas italianas ; Gianni Morandi, Bobby Solo, Doménico Modugno, Sérgio Endrigo, Rita Pavoni, Nicola di Bari, Ornella Vanoni, Peppino di Capri, Gigliola Cinquetti (anos 70) e tantos outros...
            Em 1965, tocava uma canção do Bobby Solo assim... " Se piange se ridi...", em uma novela da TV Tupi, e a mocinha era a Biondina , e o que apareceu de cachorrinhas chamadas "Biondina", foi uma festa, rsrss...por aí vemos a popularidade.
            Às vezes pego o violão e faço uma pequena seleção de "italianos" , sozinho , só para deixar a nostalgia me pegar no colo..." Lo sai, non é vero, che non ti vogliu piú..." ( Roberta)-  Que linda canção !
            O tempo das serestas e da boemia, onde pegar na mão já era sinal de namoro, onde se tinha que pedir permissão para namorar uma moça, e a comunicação eram os bilhetes e as canções que falavam pelos dois apaixonados.
            Quando eu era garoto pedi para o meu pai me comprar um rádio pequeno, desses de à pilha que se compra em qualquer camelô de rua, e ele achou graça. Era raro pedir-lhe algo, a gente tinha vergonha, mas ele me deu o radinho , o que me deixou muito feliz.
             Na semana passada, recebi um convite de uma rádio de Sta Catarina, para algumas canções minhas, e comentei em casa, recebendo todo o apoio familiar, mas não tive coragem de retornar. Já me iludi muitas vezes, e não me considero artista. Todos querem ganhar dinheiro de alguma forma, mesmo assim ligarei para saber do que se trata.

           Nota : Dedico esta crônica ao mosqueteiro Dartagnan , amigo das letras e amante do rádio.


 
Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 14/06/2018
Reeditado em 14/06/2018
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