Desde sempre
Na dívida, penso se converti em desagrado o fruto sagrado que no meu ventre se formou. Um pequeno príncipe amado, que hoje mal reconheço, e isso graças as vicissitudes da vida, uma vez que se consome em mágoas e despreza os encantos de viver. Com um pequeno corte, quase tolhe todo meu movimento de afeto, e mesmo machucada ainda, bem pouco, não termino um dia, sem lembrar de ti e de tuas queixas. Logo eu, que me encantava, na doce ilusão de ter te dado o melhor de mim, de ter te mostrado o quão doce eu sou, resmungo pela casa nas horas mais vadias.
Entretanto, para nossa alegria, um novo ventre sagrado se nutre e gera novas vidas valorosas na mistura de seus sangues, e novos rebentos vêm encher de luz meu fim de tarde, o resumo de toda minha caminhada.
Se te amo? Como na primeira vez que te vi. Ainda sinto teu cheiro gostoso e escuto teu choro baixinho... Um pequeno embrulhinho de flanela azul em pleno janeiro. Nossa, eu te conheci desde sempre!
Stelamaris