SABOR E SABERES.
“Universitas” vocábulo concentrador de inúmeras conceituações como origem.
Um corpo de alunos e professores, docente e discente.
Semanticamente, desde primeiros passos da instituição, a coloração da “universitas litterarum”, "universalidade do conhecimento", firmou marcos definitivos dos grandes pensadores.
Todas as ciências da época podiam ser estudadas nesse ambiente de cultura, mas pretendia-se estudá-las "filosoficamente", em confronto com o "universum", "o todo das coisas divinas e humanas em suas conexões globais", conforme declinou Platão na República.
Seria uma antevisão – global - dos passos que atravessariam todas as fronteiras em rapidez que assustou os jatos?
A virtualidade que mais globaliza chegou depois, recebi hoje um comentário pelo contato de Milão. Respondi em segundos e assim enviado.
Temos então a grande alma dos tempos interferindo nessa abertura físico-espiritual, Tomás de Aquino.
Tomás abre a visão para a totalidade do real, o que, afinal, é a própria definição de espírito, a unidade humana crística.
De alguma forma vai se formando a unidade de que nos falou o Cristo Histórico, Jesus de Nazaré. A globalização se faz pelos sabores da comunicação mais que pelos saberes. O sabor é popular, o saber é “intra muros”.
Reprisa Tomás, Aristóteles, “a alma humana está chamada a relacionar-se com o todo do ser em suas conexões globais”. Isto é vínculo da massa, não dispersa e se faz entender com mais vulto.
Paris, polo concentrador da cristandade é sucessora da Academia de Atenas. Lá se discute como na “paideia grega”, a escola que motiva o alunado a contraditar o que está posto para avançar nas ideias após discussão assentada e consentida. Assim se galvaniza a ciência social com pilares na filosofia.
Lá se encontram os maiores lentes, os mestres mais destacados, os estudantes mais motivados da contemporaneidade da época.
Novidades e todas as questões que lá se discutiam encontravam resultado.
Cena privilegiada da Universidade de Paris onde Tomás pontificou o âmago e maior influência de sua obra. Enfrentou as mais duras batalhas intelectuais e prevaleceu com destaque. A escolástica iluminou, a ela devo o curso transcendental a mim chegado pelos cinco sentidos tomistas. O caminho para Deus.
Tomás persegue a realidade e a experiência tendo objetivo na realidade do homem. Do homem comum. É ele que movimenta a sociedade em sua maior porção, acrescia como centro de pensamento.
Seu entendimento se estrutura na vida em ocasiões especiais onde a realidade perde seu rosto rotineiro e nos apresenta uma face nova. De repente descobrimos o que é ou o que significa para nós algo ou alguém. Daí que afirme Tomás com Aristóteles e Platão, que a admiração pelo comum é o princípio do filosofar.
E centrado, Tomás está atento à linguagem do povo, buscando nela a transparência. Uma baliza nesse sentido é a porta de entrada da Suma Teológica, indagando o que é a sabedoria. Tomás explica que a sabedoria não deve ser entendida somente como conhecimento que advém do estudo, mas como um saber que se experimenta e se saboreia, vivendo. E tanto ressai dos fenômenos da linguagem, da fala do povo, como origem de profundas descobertas filosóficas.
Fica extasiado com a experiência pessoal vivida que se traduz em latim “sapere” , que significa "saber" e também "saborear". Não seria por acaso essa coincidência. Uns sabem por estudo, mas sábio concorrentemente é aquele que sabe porque saboreou.
Essa linguagem é comparável à leitura da natureza pelo homem da terra, que conhece os sinais das intempéries e a cura pelas plantas, e a movimentação dos animais e seus segredos.
Nada do pensamento construtor do ideal de felicidade humana se realizou plenamente nas mais diversas correntes doutrinárias de escol, sofisticadas e complexas. E chega-se ao nada sei socrático, que se solidifica no não-saber de extrema felicidade por vezes no homem comum, insciente de tudo que se discute na academia.
Não há maior verdade, praticamente a verdade exclusiva qual seja de sabermos e saborearmos algumas experiências, como a maior delas, a liberdade. E mesmo nela a felicidade é relativa, mas primordial e primeiro requisito para se viver uma vida sem grades.
As cartas políticas, constituições, rígidas ou flexíveis, em seus conteúdos, sempre ficaram na mera vontade e parcial execução de objetivos. A história assistiu os vários implementos que se frustraram.
Sobreviveu na linha vencedora em maior parte o alinhamento com o princípio das liberdades.
Contra esse norte garantidor da melhor caminhada humana se opuseram hediondas personalidades em história mais recente, como Hitler, Stálin e Mussolini conhecidos como as piores personalidades que por aqui passaram – este último assentando as setas do fascismo contra o liberalismo de forma absoluta.
Adam Smith, pai do liberalismo, restou vencedor, neutralizado o “tudo pelos Estado” fascista, irmão do hitlerismo e padrasto do comunismo, todos vencidos pelo acatado motor do liberalismo que hoje organiza as sociedades prósperas em suas vertentes econômicas. Estão aí as nações europeias e a América do Norte na listagem dos mais ricos países do mundo junto com o Japão de mesma índole liberal e os prósperos tigres asiáticos.
Importante filósofo e economista escocês do Iluminismo, Smith, um dos principais teóricos do liberalismo econômico baseado na ideia de que deveria haver total liberdade econômica para que a iniciativa privada pudesse se desenvolver, sem a intervenção do Estado, permanece intocável em seu engenho e orientando todas as sociedades vencedoras.
A livre concorrência entre os empresários regularia o mercado, provocando a queda de preços e as inovações tecnológicas necessárias para melhorar a qualidade dos produtos e aumentar o ritmo de produção.
As ideias de Adam Smith na burguesia europeia do século XVIII, tiveram destaque, pois atacavam a política econômica mercantilista promovida pelos reis absolutistas, além de contestar o regime de direitos feudais que ainda persistia em muitas regiões rurais da Europa. Foi de fundamental importância para o desenvolvimento do capitalismo nos séculos XIX e XX.
Uma regulação dando oportunidades iguais na equação de Gandhi resolveria o problema de desigualdades conferindo dignidade, uma posição do fantástico Jesus de Nazaré, O Cristo.
"NÃO POSSO ANTEVER, O DIA EM QUE NENHUM HOMEM SERÁ MAIS RICO QUE O OUTRO. MAS POSSO IMAGINAR O DIA EM QUE OS RICOS REJEITARÃO ENRIQUECER À CUSTA DOS POBRES, E OS POBRES DEIXARÃO DE INVEJAR OS RICOS. MESMO NO MAIS PERFEITO MUNDO IMAGINÁVEL SERÁ DIFÍCIL EVITAR DESIGUALDADES, MAS PODEMOS E DEVEMOS EVITAR CONFLITOS E AMARGURAS." Gandhi