O TRAVESSEIRO
O TRAVESSEIRO
Iran Di Valencia - pseudônimo
Escritor e poeta de Absurdos
Nascido em 09.08.1925
Pesqueira-PE
O idoso ocioso, como soe acontecer, costuma cochilar durante o dia pelo natural desgaste físico, da mente e visão, além da falta de companhia para conversas, e as programações de TVs lhe são enervantes e cansativas.
Á noite, ao deitar, com o seu relógio biológico irregular, ele passa horas da madrugada para conciliar o repouso espiritual.
Então, com a cabeça sobre o travesseiro se ainda goza de uma mente sã, rememora eventos do passado, faz exame de consciência, etc. Se porventura lhe dão atenção nos ambientes de contato não quer perder a oportunidade de narrar suas aventuras. Daí a critica satírica dos jovens o provocar se referindo ao hábito com o chavão; velho só pensa e fala do passado porque não tem futuro.
Aproveito a oportunidade para rebater tal chacota, afirmando: O idoso que não tem eventos do passado para recordar é porque não soube aproveitar e gozar dos prazeres e desprazeres da vida e não passou de um simplório, típico palhaço da vida.
Idoso, não cheguei a decifrar a vida
Estudando seu mapa todos os dias,
Sequer o que vai à cabeça de alguém.
Então, não decifrarei o segredo da morte,
Sequer sei se ela possui mapa guia?
Porém, encontrei uma diferenciação:
A morte mostra um futuro certo,
Na vida, o futuro é mera previsão
E muda de planos todos os dias.
Vida é vida nova ou velha,
Deve-se portanto, respeitar,
Como obra de Deus,
É estupidez se blasfemar.
É contra essa pretensa inutilidade do idoso ou velho como ele é tratado no próprio lar, que eu aderi à atividade digital para narrar fatos da experiência da vida e até sonhos não realizados, indiretamente lições para os jovens, expandindo qualidades ainda latentes.
E louvável as promoções para levar os idosos para as academias ou praças para exercícios físicos, contudo, como idoso, defendo que, embora a atividade física seja importante, a mente como distribuidora das energias armazenadas no coração, é primordial seja exercitada.