IRREVERÊNCIA ACOPLADA À INCOERÊNCIA: FABRICA INDECÊNCIA

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Terça-feira, 12 de Junho de 2018

Uma reportagem no jornal "O Globo" produziu o conteúdo dessa assertiva. Bem como uma foto nele publicada, que está exposta neste espaço, documentando um determinado ritual indígena na Amazônia, no Baixo Tapajós, mas que mostra um certo desencontro entre a origem, o fato e o resultado de ambos.

A fotografia da reportagem mostra indígenas num barco, ao lado (ou próximo) de uma lancha, onde uma índia filma o ritual com o seu celular. Isto por si só já é bastante inusitado porque foge à essência da situação que envolve indígenas e urbanos.

Mas aí seria necessário envolver a antropologia e seus agentes, nas análises comportamentais dos primeiros, sabendo-se que esses vivem no meio das selvas brasileiras, com comportamentos e modos diferentes dos que vivem em cidades. Foto de 'O Globo'

Sabe-se muito bem das ações de grupos de pessoas que se voltaram para pesquisas, análises e intervenções nesse âmbito, levando até eles o modo de vida dos urbanos. Alguns são a favor e outros contra tais ideias. Mas é interessante tudo isso porque altera a consistência do geral, buscando acabar com a vida selvagem, digamos, de pessoas.

O Marechal Rondon foi um dos principais agentes que buscaram pesquisar a vida dos indígenas brasileiros. Também os irmãos Vilas Boas, que viveram anos e anos envolvidos com isso, levando os processos urbanos a eles, bem como trazendo certas situações para o pessoal das grandes cidades.

Óbvio é que isso forma um paradoxo. Porque os modos de ambas as civilizações são bem distintos. Daí que as mudanças aconteceram. E até de modos radicais. De ambos os lados. Porque viver num dos lados, seja ele qual for, é muito diferente do outro.

No caso dos indígenas, que não estão voltados para as modernidades, tampouco para o consumismo, é um tanto quanto mais tranquilo. Haja vista que na urbanidade o processo é por demais veloz e desgastante. Mesmo que se afirme que esta traz progresso e bem estar. E, então, é necessário ressaltar que se forma um outro paradoxo neste aspecto, porque os que vivem nas cidades reclamam mais do que outra coisa.

No final, o que se quer chamar atenção é o fato de que os indígenas brasileiros vivem sob benemerência pública, onde muitos projetos que envolvem muito dinheiro os beneficia. Ora, mas se eles atualmente estão vivendo de modo urbano, tais benefícios já não são justos que sejam empregados.

O problema maior é que tais incoerências são comuns no país. Existe muita gente recebendo benefícios vários, por conta de certas situações, mas que não fazem jus a eles. E nisso se vê verbas públicas escorrerem por canais irregulares, beneficiando gente indevidamente. E não são poucas, não.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 12/06/2018
Código do texto: T6361964
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