A VERDADEIRA PAZ
Na última semana a cidade de Montes Claros no estado de Minas Gerais foi mobilizada a participar de um projeto de grande mérito, chamado: “Paz no lar, Paz na família, Paz na vida! O tema é extremamente relevante e suscita ampla reflexão, haja vista que muitos de nós repetimos incessantemente a palavra “PAZ”, como um pedido imanente. Outrossim é que quando então voltamos para alguém e lhe perguntamos qual a importância da paz para ela, surpreendentemente algumas pessoas apenas abaixam a cabeça e devolvem a dúvida como se estivessem tentando entender legitimamente o significado desta pequena palavra que representa muito. E então, qual a importância da paz em nossas vidas, será que saberíamos dizer?
Ao vasculhar alguns escritos a respeito, descobrimos que essa palavrinha, historicamente vem ganhando cada vez mais adeptos e tem renovado seu sentido. Ainda que seja espantoso, em alguns momentos da humanidade nem sempre foi razoável propagar um real sentido de paz. Isto é, verificamos que alguns povos como os Vikings, preferiam a inquietude do que o sentir-se calmo ou tranquilo, de forma que entendiam que isso exaltava os ânimos dos guerreiros e as suas virtudes. Pode ser que alguns de nós também possuam essa ideia nos dias de hoje, de que promover a paz seja simplesmente promover passividade. Bem, este pequeno vocábulo do latim Pax é geralmente definido como um estado de calma ou tranquilidade, uma ausência de perturbações e agitação. Derivada do latim Pacem =Absentia Belli, pode referir-se à ausência de violência ou guerra. Neste sentido, a paz entre nações e dentro delas, é o objetivo assumido de muitas organizações, designadamente a ONU.
Essa expressão é indubitavelmente um bem muito precioso, aspirado por muitos povos e nações, mas que há quem não saiba nem por onde começar para adquirir um pouco desse “status”. Pois bem, Johan Galtung, sociólogo norueguês, nos instrui que para se alcançar a paz é preciso inevitavelmente vivenciar um estágio, ou seja, transitar pelas fases de uma tríade que se inicia com o estado de guerra, perpassa pela paz negativa até se atingir a paz positiva, também retratada como paz verdadeira. A paz negativa é concebida apenas como uma mera ausência de conflitos, ou de guerra, porém ainda existe a predisposição para o conflito. Já a paz positiva é apresentada como uma paz ativa, aquela que é alcançada através do auxílio mútuo entre as pessoas em que é realmente cultivado o cooperativismo social, inserido nos princípios de empatia igualitária. Por conseguinte se pretende através desse conceito se desenvolver uma cultura de paz, uma educação para a paz contínua. Ressalta-se ainda que em outro plano, segundo o Wikipédia, “para a religião, a paz é também uma forma de saudação, uma vez que é um valor que se deseja para si mesmo e para o próximo, daí ouvir-se a expressão “que a paz esteja convosco” e, em alguns cultos, chega-se mesmo a dar um beijo no rosto da pessoa que estiver ao lado.
Nessa compreensão temos que a paz se inicia em um estado individual até gradativamente e consistentemente chegar ao coletivo. Ela deve começar por cada um de nós. Ademais não há como propagar paz sem estarmos dispostos a romper com paradigmas e a desenvolver uma nova atitude. Essa deve ser embasada no respeito à diferenças, na prospecção de valores de respeito, integridade do valor humano como significado fundamental para uma coexistência saudável e harmônica entre os povos. A paz será compartilhada quando estivermos totalmente imbricados, compromissados com o sentido pacífico e ao mesmo tempo ativo para uma coletividade. Ainda nessa concepção que se professe igualdade social e educação de qualidade no seio familiar, nas escolas até atingir a comunidade - no mundo em que convivemos e onde colocamos em prática todo o nosso ser social e humano para o bem. Por isso também vale a pena mais uma vez lembrarmos da célebre frase do ativista Mahatma Gandhi “seja a mudança que você quer no mundo”. Tudo começa assim!