PAPA FRANCISCO E O ESTERCO DO DIABO
“Esse Papa é comunista!...” – Pregam assim os que defendem ou desconhecem as atrocidades do capital financeiro no mundo. Tal pregação se destina ao ouvido dos mais pobres, claro, pra que espalhem a notícia entre eles: nos ônibus, no trem, no metrô, nas bodegas, nas feiras, nas bancas de jogo do bicho, nos terreiros de xangô, nas peladas de futebol, nas cachaçadas de fim de semana... Enfim, uma notícia a ser espalhada entre os “comuns”.
Eu diria - e não estou sozinho - que o Papa Francisco é um reformista que tem o pensamento, palavras e obras voltados para o bem da humanidade, o bem comum. Ele chama a atenção para um fato aparentemente corriqueiro, mas que acontece em detrimento do bem-estar das classes menos favorecidas. É o caso, por exemplo, da desaceleração da economia, que força os pobres a consumirem cada vez menos, às vezes tendo que tirar, miseravelmente, o zero do nada.
Enquanto isso, as elites enriquecidas do mundo inteiro, com o intuito de proteger seu patrimônio e sonegar impostos, aumentam a remessa de bilhões de dólares aos chamados paraísos fiscais; sem falar no giro de trilhões de dólares nas principais bolsas de valores do mundo (Tóquio, Londres, Nova Iorque, São Paulo e tantas outras), o que significa transformar capital produtivo em especulativo e, por consequência, provocar elevação do índice estatístico de desempregados.
“Essas práticas tornam o mundo ainda mais injusto e cruel” – diz o Papa Francisco – classificando o capital financeiro como “o esterco do diabo”. Se morasse no Brasil, esse Papa estaria preso – digo e provo.
É que está preso em Curitiba, com prova "indeterminada", conforme está escrito na sentença condenatória, um ex-coroinha da República, também tido como "comunista" (por conta de seu invertido programa de distribuição de renda), que deu o seguinte pronunciamento no seu discurso de posse em janeiro/2003:
"Se ao final do meu mandato todos os brasileiros tiverem a possibilidade de tomar café da manhã, almoçar e jantar, eu terei cumprido a missão da minha vida”.
Que o digam os antigos “retirantes” nordestinos aos ofendidos adoradores do “esterco do diabo”.
(Fernando A Freire)
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Fonte: Jornal Contraponto, de 08 a 14/06/2018 (A3).
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“Esse Papa é comunista!...” – Pregam assim os que defendem ou desconhecem as atrocidades do capital financeiro no mundo. Tal pregação se destina ao ouvido dos mais pobres, claro, pra que espalhem a notícia entre eles: nos ônibus, no trem, no metrô, nas bodegas, nas feiras, nas bancas de jogo do bicho, nos terreiros de xangô, nas peladas de futebol, nas cachaçadas de fim de semana... Enfim, uma notícia a ser espalhada entre os “comuns”.
Eu diria - e não estou sozinho - que o Papa Francisco é um reformista que tem o pensamento, palavras e obras voltados para o bem da humanidade, o bem comum. Ele chama a atenção para um fato aparentemente corriqueiro, mas que acontece em detrimento do bem-estar das classes menos favorecidas. É o caso, por exemplo, da desaceleração da economia, que força os pobres a consumirem cada vez menos, às vezes tendo que tirar, miseravelmente, o zero do nada.
Enquanto isso, as elites enriquecidas do mundo inteiro, com o intuito de proteger seu patrimônio e sonegar impostos, aumentam a remessa de bilhões de dólares aos chamados paraísos fiscais; sem falar no giro de trilhões de dólares nas principais bolsas de valores do mundo (Tóquio, Londres, Nova Iorque, São Paulo e tantas outras), o que significa transformar capital produtivo em especulativo e, por consequência, provocar elevação do índice estatístico de desempregados.
“Essas práticas tornam o mundo ainda mais injusto e cruel” – diz o Papa Francisco – classificando o capital financeiro como “o esterco do diabo”. Se morasse no Brasil, esse Papa estaria preso – digo e provo.
É que está preso em Curitiba, com prova "indeterminada", conforme está escrito na sentença condenatória, um ex-coroinha da República, também tido como "comunista" (por conta de seu invertido programa de distribuição de renda), que deu o seguinte pronunciamento no seu discurso de posse em janeiro/2003:
"Se ao final do meu mandato todos os brasileiros tiverem a possibilidade de tomar café da manhã, almoçar e jantar, eu terei cumprido a missão da minha vida”.
Que o digam os antigos “retirantes” nordestinos aos ofendidos adoradores do “esterco do diabo”.
(Fernando A Freire)
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Fonte: Jornal Contraponto, de 08 a 14/06/2018 (A3).
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