As Copas em Minha Vida (VIII)

Como havia dito na crônica anterior, um evento colocou definitivamente o futebol em minha vida.

Em 2008, Sérgio Osório e eu lançamos o primeiro livro contando a história do clássico Bra-Pel que teve uma boa repercussão. Tanto assim que um segundo livro sobre o clássico foi feito em 2010 pelo jornalista J. Éder que também foi um sucesso.

2010, aliás, foi mais um ano de Copa do Mundo em terras africanas onde foram imortalizadas as famosas vuvuzelas, um tipo de corneta que ao mesmo tempo atraía e incomodava muita gente.

Também ali houve uma espécie de radicalização na Seleção Brasileira. Antes o oba-oba, agora treinos fechados, seriedade em excesso e brigas do técnico Dunga com a imprensa na tentativa de botar a casa em ordem.

A princípio, isso parecia ter funcionado. Uma primeira fase tranquila como em quase todas as outras Copas do Mundo, (a não ser a de 1930 e a de 1966, que foi uma desorganização total) e as oitavas-de-final com uma vitória igualmente tranquila sobre o Chile.

Até chegar o fatídico jogo contra a Holanda pelas quartas-de-final.

No dia do jogo, eu estava participando de um simpósio feito pela ESEF com cursos sobre futebol e o que significava no cotidiano. Ainda assim, arrumei tempo para ver o jogo.

O primeiro tempo do Brasil foi exuberante e o gol feito pelo Robinho comprovou toda essa superioridade.

No entanto, veio o segundo tempo e a Holanda virou o jogo com dois gols de Sneijder, sendo um deles um dos gols mais bizarros que já vi em Copas do Mundo.

Ele cruzou da direita aquela bola que foi direto pro gol enquanto Júlio César e Felipe Melo batiam cabeça.

Ali me lembrei daquele velho ditado: ás vezes o remédio mata o paciente ao invés de curá-lo.

Ditado perfeito para aquela seleção de 2010 que se mostrou instável emocionalmente devido ao rigor em excesso na sua preparação.

E a expulsão do Felipe Melo naquela partida sacramentou uma eliminação das mais trágicas do Brasil em Copas do Mundo.

Ainda tive tempo para ver a final entre Espanha e Holanda e com ela, a revolução do “tiki-taka”, do toque de bola de pé em pé e com passes curtos e objetivos esperando o melhor momento de atacar e fazer o gol da vitória.

E foi assim que a Espanha ganhou aquela Copa na África do Sul com o gol do título feito pelo Iniesta na prorrogação.

Depois daquela Copa, minha vida seguiu em frente. Deixei a ESEF para tentar fazer uma coisa que sempre sonhei: ser um escritor ou quem sabe um cronista.

E aguardando 2014 com um misto de orgulho e de curiosidade para saber se a Copa aqui no Brasil teria sucesso ou não.

No entanto, nem mesmo os mais fanáticos esperariam encarar uma tragédia tão terrível que mudaria por completo o que pensamos sobre futebol.

Isso será falado na parte final dessa série.

MarioGayer
Enviado por MarioGayer em 09/06/2018
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