CIDADE ESQUECIDA.

A megalópole como é chamada a cidade de São Paulo, com um número estarrecedor de moradores, e com números ainda mais estarrecedores de carros, pessoas, motocicletas, e tudo mais que você puder imaginar. A pauliceia desvairada caminha a largos passos ladeira abaixo, cambaleando como um bêbado que nunca cai, desnorteada esquecida, jogada de lado como um trapo velho.

Não tenho nada contra São Paulo, não tenho nada contra seus moradores, que por sinal, são as vítimas de uma sequência de erros administrativos, uma cadeia de ações desordenadas sem direção ou propósitos, com pessoas sugando seiva da vida dessa cidade tão magnífica. São verdadeiros vampiros, dráculas modernos, e as vítimas são sempre as mesmas - a população - os inúmeros trabalhadores que todos os dias acordam cedo, enfrentam vários ônibus e metrô para chegar ao trabalho. Quando é o fim do mês, recebem uma merreca, sem dizer que o milagre da multiplicação é quase uma regra na mesa dos trabalhadores paulistanos, digo isso com base no que conseguem fazer com tão pouco.

A cidade em si cresceu absurdamente, muitas pessoas vindas de outros estados iludidos com a oferta de empregos, acabaram por ficarem escravos de um capitalismo selvagem, o crescimento desenfreado e sem nenhum projeto por parte dos governantes fez da cidade o que ela é hoje. Basta uma simples chuva para que suas ruas fiquem quase todas alagadas, e, como sempre, quem paga o preço é o povo. Quantas famílias perderam tudo, todo o ano é a mesma coisa, a mesma novela em que já sabemos o seu final, e não é final com casamentos com festas como vemos na TV, semelhantes às novelas de certa rede de televisão, a novela da vida real do paulistano é uma tragédia anunciada há muito tempo.

A época das chuvas é um verdadeiro tormento, além de prejudicar o trânsito, fazendo carros boiarem como se fossem barcos, destruindo não só o material, mas os sonhos de muitas pessoas que passaram anos de trabalho duro para conquistarem os seus bens, e depois vêem tudo destruído por uma simples chuva.

A culpa de tudo isso não é só de quem joga o lixo no chão, mas também daqueles que fazem das suas administrações um lixo no chão. Não vemos investimentos em nada, a saúde então é um caso à parte, os hospitais lotados com pessoas sendo atendidas em corredores, faltam medicamentos e muitas outras coisas absurdas que dariam uma lista enorme.

A impressão que tenho que a cidade de São Paulo é uma máquina de recolher dinheiro, fazendo os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. De que vale o voto se nada é feito? De que adianta enfeitar o discurso político de prometer tanto para depois não fazer nada? Onde está a responsabilidade da elite governante e incompetente? Às vezes penso que o cenário político é um palco de marionetes, onde quem realmente controla está às escondidas, nós o povo, somos os brinquedos desses poderosos que não se revelam, preferem ficar de longe assistindo o circo pegar fogo. Somos mais do que uma grande cidade, mais até do que uma megalópole, somos uma nação gigantesca que infelizmente dorme, enquanto os ladrões minam as nossas poucas posses, está na hora de despertar povo Brasileiro.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 08/06/2018
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