Frei Antônio de Pádua

     1. Lisboa é a cidade natal de Santo Antônio, cuja festa se aproxima. Nem todos sabem disso. Segundo o escritor Leandro Karnal, in "Santos fortes -  Raíses do Sagrado no Brasil", o ano exato do seu nascimento "é alvo de debates, oscilando entre 1188 e 1195".
     Já Frei Basílio Röwer, OFM, um dos biógrafos do milagroso taumaturgo, in "Santo Antônio - Vida, Milágres, Culto", dá como data do seu nascimento o dia 15 de agosto de 1195.
     2. A casa onde Antônio de Pádua teria nascido, ainda segundo Karnal, ficava "próxima à Sé, em Lisboa". Com o desaparecimento dessa casa, no local, foi construída uma igreja. 
     O templo antonino, com a violência do terremoto de 1755, que arrazou o centro da capital lusitana, ruiu. Conta-se, que restou preservadas "a imagem de Antônio e a crípta, que teria sido o quarto do santo". 
     3. Onde ele nasceu e quando, pouco importa. O importante mesmo é saber que ele existiu; e deu ao mundo o testemunho de como se é fiel ao Cristo, que ele jurou amar.
     E com a força de sua palavra (era um exímio pregador) divulgou o Evangelho, do qual era profundo conhecedor. Coube ao Papa Pio XII, em 16 de favereiro de 1946, declará-lo Doutor da Igreja. 
     4. Creio, que por causa da minha amizade com São Francisco de Assis, aprendi, desde sempre, a venerar Santo Antônio de Pádua, o santo, dizem autorizadas pesquisas, mais conhecido e mais querido do planeta. Perdendo apenas para Maria, mãe de Jesus. Ora, não podia ser diferente: Antônio dobrava os joelhos diante da Rainha do Céu. 
     5. Antônio nasceu Fernando, na família lisboeta dos Bulhões. Primeiro foi monge agostiniano, ordem religiosa fundada, em 1244, por Santo Agostinho. Posteriormente, seduzido pela beleza e grandeza da Ordem Franciscana, trocou Santo Agostinho por São Francisco de Assis.  Ainda vivo, o Poverello acolheu, pessoalmente,  Frei Antônio, um frade de reconhecida e respeitada erudição. 
     6. Vale lembrar, que no tempo do Poverello de Assis, os franciscanos não eram pessoas cultas, pessoas letradas. Diz Karnal, que "Se a vontade de Francisco tivesse prevalecido, o franciscanismo estaria um pouco mais afastado de bibliotecas e disputas teológicas". Entrega, pregação e pobreza radical encantavam os fradecos, no início. 
     7. Francisco chamava Antônio de "Meu bispo". Curvou-se diante do preparo intelectual do seu novo irmão. Reconheceu seu valor nos púlpitos e nas desobrigas ou missões.
     Na "Regra" da Ordem seráfica, sancionada pelo Papa Honório II, em 1223, passou a constar que os frades podiam "acumular erudição e viver cercados de livros". 
     8. Sobre a morte de Frei Antônio de Pádua, no dia 13 de junho de 1231, os motivos que a determinaram, ainda não são claros, assegurando Leandro Karnal que "as biografia variam muito". 
     Conta-se, que ele estava fora de Pádua, quando se sentiu mal. E que "pereceu no meio do caminho" ao ser trazido - obedecendo exigência sua -, de volta pra sua cidade residência. 
     9.  Foi enterrado no dia 17 de junho de 1231 (!?), uma terça-feira. Por isso, hoje, nas terças, os altares antonianos enchem-se de devotos e principalmente de devotas, na sua maioria moças casadoiras, pois, Antônio é o santo casamenteiro.
     10. Detalhes que revestem de graça e luz  a morte de Frei Antônio: está nos livros, que as crianças de Pádua, aos gritos, noticiaram o falaceimento do santo do Menino Jesus. 
     E que as irmãs clarissas, suas companheiras de Ordem, moradoras do convento de Arcella, subúrbio de Pádua, cuidaram do cadaver do glorioso Antônio, canonizado no dia 30 de maio de 1232 (em tempo recorde) pelo Papa Gregório IX. Com a saudação franciscana, lanço o ponto final em mais um crônica antonina: Paz e Bem!
Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 07/06/2018
Reeditado em 07/06/2018
Código do texto: T6358215
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