João ninguém
Nunca achei meu espaço. Não podia me dar ao conforto de ser eu mesmo. Fragmentado isolado em minha inoscencia. Buscando algo que eu nunca soube o que era. Um fracasso pessoal a mercer de ideologias sem nexo. O mundo essa coisa confusa inesplorada. Quem me dera ter certeza. Saber ainda que seja por intuição o que é o certo. Mina incompreensão é um monologo dramatico rerbeverando ao acaso. No dia eu sinto a noite que não tive. Na noite eu sinto a solidão sozinha a torturar as horas. Frágil sonho despencando. Me fazendo em pedaços. Só sinto o que não sou. É véspera do desespero e eu estou tão despreparado. O que eu faço se a monotonia é minha principal companhia. Se só me resta a sua covardia. De algum modo sou ingrato. De algum modo sou efemero. Por que me sinto tão deslocado a fugir do meu principio. Por que me sinto incompreendido e faminto. Será o acaso melhor guia. Será a lembrança o melhor momento. Será a dor o melhor sentimento. E ser feliz seja apenas aceitar que se existe sem propósito. Sem um guia. Feito ilha isolada. O que são os sonhos senão promessas a encher de ilusão. O que é a felicidade senão a inoscência descomprometida a encher de vazio um outro vazio. Sou fracassado em entender a ilusão que guia muitos. Suas alegrias não me convencem. Seus desconexos despropositados. Seus fracassos iluminados. Não sei quem sou e acho que nunca vou saber. Minha vida é um mergulho de cabeça na solidão. Me sinto só entre estes risos. Me sinto só como uma folha em branco. Pouco a pouco tudo se perde. Pouco a pouco tudo se torna. A imperfeição, não sei se é começo ou fim. A felicidade é um estado debil. Uma febre que não me acomete. O tempo tudo convence. O tempo tudo vence. E eu sei que sou passageiro. E eu sei que sou um estrageiro nesse corpo. Me moldando pela rotina. Me afastando. Me exportando para o comum. Pouco a pouco eu sou mais um joão ninguém.