SOU A VOZ QUE CALA (BVIW)
Sou a voz que cala, não existe motivação para autorretrato, além do mais é dito que o semblante do retratista-retratado raramente se apresenta em momento de relaxamento ou felicidade e que a visão do artista sobre si próprio é sombria. A esta altura da vida me conheço o bastante, sou o que sou , então, por que falar sobre mim, por que me confessar, por que me desnudar se a introspecção me é inerente; gosto da clausura voluntária, gosto da intensidade das minhas cismas, não desconheço os meus limites, sei o que é meu e o que é do outro, só não abro mão do uso e abuso da minha liberdade de pensamento Não me considero incognoscível, apenas uma mulher calada, esperando cada manhã, cada anoitecer sem nada fazer. Complicado? Nem tanto, tenho a minha válvula de escape: escrever. Escrever , seguindo o conselho dado a Lya Luft, de toda noite acender uma vela para os meus personagens, que sofrem e enlouquecem em meu lugar.
Sou a voz que cala, não existe motivação para autorretrato, além do mais é dito que o semblante do retratista-retratado raramente se apresenta em momento de relaxamento ou felicidade e que a visão do artista sobre si próprio é sombria. A esta altura da vida me conheço o bastante, sou o que sou , então, por que falar sobre mim, por que me confessar, por que me desnudar se a introspecção me é inerente; gosto da clausura voluntária, gosto da intensidade das minhas cismas, não desconheço os meus limites, sei o que é meu e o que é do outro, só não abro mão do uso e abuso da minha liberdade de pensamento Não me considero incognoscível, apenas uma mulher calada, esperando cada manhã, cada anoitecer sem nada fazer. Complicado? Nem tanto, tenho a minha válvula de escape: escrever. Escrever , seguindo o conselho dado a Lya Luft, de toda noite acender uma vela para os meus personagens, que sofrem e enlouquecem em meu lugar.