HABILIDADE NA COMUNICAÇÃO
No quotidiano ouvimos frequentemente a frase de que “quem diz o que quer, ouve o que não quer”. No entanto, sabemos que conflitos são inevitáveis no contexto da convivência humana e não há soluções mágicas, imediatistas, respostas fáceis para as questões de interação e comunicação entre pares e/ou coletivos.
Em se tratando de casais, cada membro geralmente de algum modo tenta culpabilizar o outro pelos problemas acumulados no decorrer da história conjugal e mais frequentemente não caracteriza a sua participação na perpetuação do sofrimento em que à rigor se encontram. Cada membro da relação, acabam se apegando às suas posições o que fica mais cômodo para si, e deste modo, acentuando a polaridade entre eles. Como se cada um lutasse em exércitos opostos e defendesse a sua posição tomada como única e exclusiva verdade.
A comunicação ineficaz, gera discussões e problemas acumulativos - a falta de habilidade para comunicar o que sente, como se sente, o que espera do outro, acabam por agravar ainda mais a situação e mecanismo desencadeador de novos problemas. Desde modo, repertórios inadequados de se expressar, torna-se um fio condutor destrutivo, potencializando momentos de muito estresse, raiva, falta de empatia entre o casal.
Alguns gatilhos como alta exigência, crítica destrutiva, acúmulo de aborrecimentos, mágoas, rejeições são eventos que desencadeiam conflitos e desavenças. De forma subjetiva um dos cônjuges pode fazer uma observação que em seu entendimento ou ponto de vista seja uma sugestão construtiva, no entanto, para quem recebe a sugestão toma-a como acusação injusta ou difamatória. Quando estes eventos tornam-se quotidianos, podem acender novas discussões.
Problemas podem ser acentuados ou construídos quando um cônjuge, tenta “adivinhar” o que o outro está pensando, ou a intenção da declaração do parceiro e geralmente, permeia por distorções da realidade. A comunicação empobrece e tende a ser aversiva, até que um dos parceiros passa a se esquivar, calar-se, e se entristece dessa interação não sadia - e em vez de enfrentar o problema, isola-se.
Situações assim, instalam-se “cenário de guerra” - da relação conjugal, sobram fragmentos da relação, acusações, muito ódio, agressividade e desrespeito. Pequenos desajustes na organização e dinâmica do casal podem geram conflitos gigantescos se a comunicação estiver dúbia, desajustada e frágil. Questões como planejamento financeiro, atividades domésticas, educação de filhos, combinações, compromissos e responsabilidades, confiabilidade senão vistas de forma assertiva, são fontes de controvérsias.
Estratégias de comunicação clara, objetiva, sem dubiedade, sem adivinhação, são recursos eficientes para melhor interação entre os pares. Aprender novos repertórios de comunicação de forma mais leve como tomar um sorriso como algo que denota felicidade e não sarcasmo, clarificar um recado sem ser punitivo, colocando-se no lugar do outro, saber receber uma crítica sem se esquivar de suas responsabilidades e tomar como postura o enfrentamento dos problemas com diálogos, quando um fala o outro escuta e vice e versa e como referência se necessário fazer críticas às ideias e não à própria pessoa.
Ter em mente de que em uma mediação de conflito, o propósito não é ver quem ganha a discussão, quem controla e quem se submete, mas, o reconhecimento de que ambos tem suas parcelas no conflito. Aprender novos repertórios de comunicação e expressão dos sentimentos, para que no auge do desconforto, a ponderação seja a “arma” usada. Trabalhar a autoestima, o autoconhecimento para não descontar no outro suas próprias frustrações, quando a pessoa reconhece suas falhas, dar-se-á o primeiro passo para saúde mental/psíquica e consequentemente maturação e desenvolvimento.
Não é a troca de parceiro(a), de casa, de cidade, de emprego que elimina totalmente a problemática, o que necessita urgência a ser modificado é o modo de como se relaciona, como se comunica com as pessoas, como resolve suas questões. Assumir a direção dos seus erros é um passo importante para crescimento pessoal, e não se refere a “sentir-se” culpado(a) por tudo e por todos, mas, a aceitação de que necessita mudar o curso de sua história, e ter empoderamento para bem administrar suas emoções podem gerar perspectivas positivas para o melhor viver e em paz consigo mesmo.
A velha frase: “Precisamos nos amar primeiro...para aprender amar o outro”, ainda ecoa com assertividade nas relações sadias e dinâmicas.
Águida Hettwer
03/06/2018
No quotidiano ouvimos frequentemente a frase de que “quem diz o que quer, ouve o que não quer”. No entanto, sabemos que conflitos são inevitáveis no contexto da convivência humana e não há soluções mágicas, imediatistas, respostas fáceis para as questões de interação e comunicação entre pares e/ou coletivos.
Em se tratando de casais, cada membro geralmente de algum modo tenta culpabilizar o outro pelos problemas acumulados no decorrer da história conjugal e mais frequentemente não caracteriza a sua participação na perpetuação do sofrimento em que à rigor se encontram. Cada membro da relação, acabam se apegando às suas posições o que fica mais cômodo para si, e deste modo, acentuando a polaridade entre eles. Como se cada um lutasse em exércitos opostos e defendesse a sua posição tomada como única e exclusiva verdade.
A comunicação ineficaz, gera discussões e problemas acumulativos - a falta de habilidade para comunicar o que sente, como se sente, o que espera do outro, acabam por agravar ainda mais a situação e mecanismo desencadeador de novos problemas. Desde modo, repertórios inadequados de se expressar, torna-se um fio condutor destrutivo, potencializando momentos de muito estresse, raiva, falta de empatia entre o casal.
Alguns gatilhos como alta exigência, crítica destrutiva, acúmulo de aborrecimentos, mágoas, rejeições são eventos que desencadeiam conflitos e desavenças. De forma subjetiva um dos cônjuges pode fazer uma observação que em seu entendimento ou ponto de vista seja uma sugestão construtiva, no entanto, para quem recebe a sugestão toma-a como acusação injusta ou difamatória. Quando estes eventos tornam-se quotidianos, podem acender novas discussões.
Problemas podem ser acentuados ou construídos quando um cônjuge, tenta “adivinhar” o que o outro está pensando, ou a intenção da declaração do parceiro e geralmente, permeia por distorções da realidade. A comunicação empobrece e tende a ser aversiva, até que um dos parceiros passa a se esquivar, calar-se, e se entristece dessa interação não sadia - e em vez de enfrentar o problema, isola-se.
Situações assim, instalam-se “cenário de guerra” - da relação conjugal, sobram fragmentos da relação, acusações, muito ódio, agressividade e desrespeito. Pequenos desajustes na organização e dinâmica do casal podem geram conflitos gigantescos se a comunicação estiver dúbia, desajustada e frágil. Questões como planejamento financeiro, atividades domésticas, educação de filhos, combinações, compromissos e responsabilidades, confiabilidade senão vistas de forma assertiva, são fontes de controvérsias.
Estratégias de comunicação clara, objetiva, sem dubiedade, sem adivinhação, são recursos eficientes para melhor interação entre os pares. Aprender novos repertórios de comunicação de forma mais leve como tomar um sorriso como algo que denota felicidade e não sarcasmo, clarificar um recado sem ser punitivo, colocando-se no lugar do outro, saber receber uma crítica sem se esquivar de suas responsabilidades e tomar como postura o enfrentamento dos problemas com diálogos, quando um fala o outro escuta e vice e versa e como referência se necessário fazer críticas às ideias e não à própria pessoa.
Ter em mente de que em uma mediação de conflito, o propósito não é ver quem ganha a discussão, quem controla e quem se submete, mas, o reconhecimento de que ambos tem suas parcelas no conflito. Aprender novos repertórios de comunicação e expressão dos sentimentos, para que no auge do desconforto, a ponderação seja a “arma” usada. Trabalhar a autoestima, o autoconhecimento para não descontar no outro suas próprias frustrações, quando a pessoa reconhece suas falhas, dar-se-á o primeiro passo para saúde mental/psíquica e consequentemente maturação e desenvolvimento.
Não é a troca de parceiro(a), de casa, de cidade, de emprego que elimina totalmente a problemática, o que necessita urgência a ser modificado é o modo de como se relaciona, como se comunica com as pessoas, como resolve suas questões. Assumir a direção dos seus erros é um passo importante para crescimento pessoal, e não se refere a “sentir-se” culpado(a) por tudo e por todos, mas, a aceitação de que necessita mudar o curso de sua história, e ter empoderamento para bem administrar suas emoções podem gerar perspectivas positivas para o melhor viver e em paz consigo mesmo.
A velha frase: “Precisamos nos amar primeiro...para aprender amar o outro”, ainda ecoa com assertividade nas relações sadias e dinâmicas.
Águida Hettwer
03/06/2018