Sesquipedalianist
Sesquipedalianist
Dessas coisas que a gente decodifica com o tempo. A descida, ou se preferir a encarnação, é a mutação de um estado, digamos, delicado, diáfano, para uma bagagem comprimida em bilhões e bilhões de psi–libra-força por polegada quadrada. Portanto, um tranco federal estar vivo, isso sim. C. S. Lewis dizia que a experiência é uma coisa brutal. E olhe que tal afirmação atinge meia jornada para determinada parcela, que já desceu e fará o caminho de volta embalada na toada “bioluminescência”. Sabe como? Modelando energia plasmática em experiência material manifesta.
Sem tirar nem por, novas palavras para uma nova realidade.
C. S. Lewis, T. S. Elliot, mais o Tolkien (J. R. R. Tolkien) e outros correligionários se reuniam duas vezes por semana, às quintas num boteco chamado The Bird and Baby, e os encontros de terças no Magdalene College, tudo no complexo educacional de Oxford. Tal confraria se auto denominava Inkilings. Pergunta-se, na miúda, quando teremos algo parecido na pátria mãe. Não seria ruim a interlocução saudável entre mentes afins.
No mais, o idioleto desses caras fez turbilhões mundo afora.
Eu sinceramente não lamento sequer uma vírgula pelas crianças e adultos que jogam no lixo a capacidade de brincar - leia-se interagir com outras pessoas - devido ao vício em tecnologia. Isso posto, minha reflexão plana no seguinte segmento: com tanta informação correndo pelos 4 cantos do globo, era para termos um Inkilings em cada esquina, ou um Literary Club (fundado em 1849, em Cincinnati, Ohio, USA), grandes mentes passaram por esses locais e mexeram nos vespeiros "sistema de crenças particular", "prática religiosa”, "tradição regional”, "herança cultural”, o escambal a quatro.
Na era dos bytes, tanto o fanatismo quanto a ignorância são estranhas opções. Por outro lado, paira certa dúvida na vantagem de registrar tudo o que passa pela cabeça e depois publicar num sítio.
Haja sítios.
Já existem locais armazenando yottabytes de dados, imagine, um yottabyte equivale a um quintilhão de laudas. Contendo o que? Idéias? Conceitos novos e expandidos? Ou baboseiras?
Dependendo do caso, a sensação de movimento transforma a estátua em narrativa.
Minuto a minuto a gente põe a cabeça pra fora e se depara com cada uma, credo, repetições infinitas de ladainhas, então ocorre uma sensação antagônica, pois tudo parece muito rápido, dá vontade de dizer, calma, mais devagar, por favor, preciso alcançá-los.
Alcançar o que, e quem, são questões tão matemáticas como os pincéis da natureza.
Na Florença de 1460, Cosme de Médici fundou a Academia Platônica, onde estudiosos e intelectuais se reuniam para debater os clássicos. Talvez Políbio tenha sido mencionado, por alto, diz-se que cunhou o termo Kakistocracia, "governo pelos piores" e por pior entenda corrupto, imoral, inapto, incompetente. Conceitualmente a Academia Platônica florentina possui tênue diferença do Inkilings ou do Literary Club de Ohio, este freqüentado por Ralph Waldo Emerson, Mark Twain, Robert Frost…
Novamente, o idioleto desses caras fez rebuliços pelo globo.
O truque da coisa toda são os campos de pensamento que se conectam aos campos de pensamento de outras pessoas. E isso é apenas um fragmento do grande jogo de estar vivo.
Encerramos com citação de um Mestre desencarnado que uma vez por mês chega em nosso planeta a fim de nos orientar. Haja amor. Ele está na bioluminescência faz milênios.
“A filosofia distrai, a teologia engana, a política somente o mantém ocupado com coisas estúpidas, a arte apenas decora a cela e a ciência ainda não é corajosa o bastante”.
(Sesquipedalianist, do inglês, pessoa que usa longas, incomuns, às vezes obscuras palavras para falar ou escrever).
(Ilustração: Henn Kim)
Sesquipedalianist
Dessas coisas que a gente decodifica com o tempo. A descida, ou se preferir a encarnação, é a mutação de um estado, digamos, delicado, diáfano, para uma bagagem comprimida em bilhões e bilhões de psi–libra-força por polegada quadrada. Portanto, um tranco federal estar vivo, isso sim. C. S. Lewis dizia que a experiência é uma coisa brutal. E olhe que tal afirmação atinge meia jornada para determinada parcela, que já desceu e fará o caminho de volta embalada na toada “bioluminescência”. Sabe como? Modelando energia plasmática em experiência material manifesta.
Sem tirar nem por, novas palavras para uma nova realidade.
C. S. Lewis, T. S. Elliot, mais o Tolkien (J. R. R. Tolkien) e outros correligionários se reuniam duas vezes por semana, às quintas num boteco chamado The Bird and Baby, e os encontros de terças no Magdalene College, tudo no complexo educacional de Oxford. Tal confraria se auto denominava Inkilings. Pergunta-se, na miúda, quando teremos algo parecido na pátria mãe. Não seria ruim a interlocução saudável entre mentes afins.
No mais, o idioleto desses caras fez turbilhões mundo afora.
Eu sinceramente não lamento sequer uma vírgula pelas crianças e adultos que jogam no lixo a capacidade de brincar - leia-se interagir com outras pessoas - devido ao vício em tecnologia. Isso posto, minha reflexão plana no seguinte segmento: com tanta informação correndo pelos 4 cantos do globo, era para termos um Inkilings em cada esquina, ou um Literary Club (fundado em 1849, em Cincinnati, Ohio, USA), grandes mentes passaram por esses locais e mexeram nos vespeiros "sistema de crenças particular", "prática religiosa”, "tradição regional”, "herança cultural”, o escambal a quatro.
Na era dos bytes, tanto o fanatismo quanto a ignorância são estranhas opções. Por outro lado, paira certa dúvida na vantagem de registrar tudo o que passa pela cabeça e depois publicar num sítio.
Haja sítios.
Já existem locais armazenando yottabytes de dados, imagine, um yottabyte equivale a um quintilhão de laudas. Contendo o que? Idéias? Conceitos novos e expandidos? Ou baboseiras?
Dependendo do caso, a sensação de movimento transforma a estátua em narrativa.
Minuto a minuto a gente põe a cabeça pra fora e se depara com cada uma, credo, repetições infinitas de ladainhas, então ocorre uma sensação antagônica, pois tudo parece muito rápido, dá vontade de dizer, calma, mais devagar, por favor, preciso alcançá-los.
Alcançar o que, e quem, são questões tão matemáticas como os pincéis da natureza.
Na Florença de 1460, Cosme de Médici fundou a Academia Platônica, onde estudiosos e intelectuais se reuniam para debater os clássicos. Talvez Políbio tenha sido mencionado, por alto, diz-se que cunhou o termo Kakistocracia, "governo pelos piores" e por pior entenda corrupto, imoral, inapto, incompetente. Conceitualmente a Academia Platônica florentina possui tênue diferença do Inkilings ou do Literary Club de Ohio, este freqüentado por Ralph Waldo Emerson, Mark Twain, Robert Frost…
Novamente, o idioleto desses caras fez rebuliços pelo globo.
O truque da coisa toda são os campos de pensamento que se conectam aos campos de pensamento de outras pessoas. E isso é apenas um fragmento do grande jogo de estar vivo.
Encerramos com citação de um Mestre desencarnado que uma vez por mês chega em nosso planeta a fim de nos orientar. Haja amor. Ele está na bioluminescência faz milênios.
“A filosofia distrai, a teologia engana, a política somente o mantém ocupado com coisas estúpidas, a arte apenas decora a cela e a ciência ainda não é corajosa o bastante”.
(Sesquipedalianist, do inglês, pessoa que usa longas, incomuns, às vezes obscuras palavras para falar ou escrever).
(Ilustração: Henn Kim)