APRENDENDO COM GANDHI.
Pesquisando no "Google" meu nome, encontrei:
"Celso Felício Panza diz:
22/10/2006
Não importa a vertente política que está no poder. Estamos no terreno da conceituação e da força de proposições que doutrinariamente se pretendem definitivas mas estão evidentemente equivocadas, o que surpreende. O que é governar para pobres ou ricos ou de classe média no Brasil atual? O que é esquerda e direita em nossos dias? O governo atual é de esquerda em que setor, nos bancos? E os governos passados são diferentes do atual em quais áreas? Onde o conceito superado data muito de esquerda e direita? O gestor do site necessita urgentemente de revisão de posições onde a realidade se amolde de forma pragmática e efetiva ao que ocorre. Badalação retórica é próprio para caminhadas estéreis e improfícuas; lamentavelmente ganham corpo em país sem mínima escolaridade e formação, terreno fertilíssimo para vicejarem irrealidades e posições contrafeitas à logicidade, parâmetro incontestável na equação do pensamento, que tomba sob os sentidos do homem medianamente inteligente e informado. Celso Felício Panza.
fabio diz:
22/10/2006
manda o professor Ricardo Antunes ler esse texto pra ele se mancar e botar suas idéias no eixo."
Matéria que se encontrava no site "Carta Maior", em blog. Naquela data de meu comentário, 22/10/2006, deixei aqueles breves registros que circulam na Internet por obra do Fábio, aluno pelo que percebo, posicionado contra professor adepto das idéias lançadas no Blog.
O que ocorreu com o aluno?
Qual a razão de seu recado ao professor cujo preceptor seria um sociólogo conhecido, mas partidário ao extremo?
Não é mais possível semitonar em desafinamento permanente, cansativo, pobre de análise e pleno de facciosismos de todas as linhas, na crença da existência de que: DIREITA SÃO OS PATRÕES, ESQUERDA SÃO OS EMPREGADOS. DIREITA SÃO OS RICOS, ESQUERDA SÃO OS POBRES.
Não é preciso muito discernimento, amadurecimento intelectual, nem muita formação, para apreender, se apossar pelo conhecimento, que cai sob singela observação, não mais serem palpáveis, aceitáveis, justificáveis, tais conclusões. O Fábio, ainda aluno, percebeu e alertou o Professor Ricardo.
Deflui ainda do realismo humano, constatável no curso da existência, a convivência, sempre, de ricos e pobres, classes mais abastadas do que outras. A humanidade é desigual. O que é inaceitável é a miséria de muitos, a fome, a ausência de assistência.
O genial Ghandi , situa iluminadamente tal confronto:
"NÃO POSSO ANTEVER, O DIA EM QUE NENHUM HOMEM SERÁ MAIS RICO QUE O OUTRO. MAS POSSO IMAGINAR O DIA EM QUE OS RICOS REJEITARÃO ENRIQUECER À CUSTA DOS POBRES, E OS POBRES DEIXARÃO DE INVEJAR OS RICOS. MESMO NO MAIS PERFEITO MUNDO IMAGINÁVEL SERÁ DIFÍCIL EVITAR DESIGUALDADES, MAS PODEMOS E DEVEMOS EVITAR CONFLITOS E AMARGURAS."
Mas qual a razão de muitos não perceberem tais evidências?
A paixão não anda de braços com a ciência, nubla o entendimento, ensombra a compreensão, apaga a percepção, aniquila a inteligência se existente.
A vontade ansiosa, por vezes legítima e até elogiável, dá saltos em direção ao idealismo que subverte a realidade. Chega a admitir a supressão da liberdade.
É o caso das mentes demasiadamente idealistas e conectadas com visão unilateral. Não atuam em despropósito com muitos valores, mas não percebem inversões da realidade mesmo havendo perda de benefícios existentes por seus posicionamentos.
Por exemplo, na história do socialismo e do liberalismo, o socialismo sectário, o comunismo, restou isolado. Por quê? Porque não perceberam seus cultores, na sua sanha de buscar o que SERIA melhor, que nada pode sobreviver suprimido o bem máximo do homem ; A LIBERDADE. Imaginem-se em local de onde só se pode sair se o Estado permitir. O que é isto? Que loucura é esta? Sou dono da minha vida e do meu destino, desde que não fira a individualidade de ninguém, aí sim interfere o Estado.
Assim o que foi esquerda viu-se engolido pelo que foi direita. Olhe-se em volta, mire-se o mundo. É a inegável realidade.
Até a burguesia - para quem verdadeiramente conhece suas origens e desdobramentos, desde o século X com os "mercatores" ou "burguenses", que lhe deram nome, até alcançarem a força e o prestígio que a riqueza proporciona, abatendo feudos, dominando governos de comunas medievais e muitas vezes se associando à realeza nas lutas em que essa se punha diante das suzeranias - não pode hoje ter o mesmo conceito. Não é mais como era; quem não era vilão ou servo, era nobre, clérigo ou BURGUÊS. Isso também acabou! A palavra burguês relacionada à classe social só a incultura considera.
A inteligência busca o saber e, face às suas habilidades, deixa o estudo um pouco de lado, mas não será suplantada. Ninguém tem o direito de fazer afirmações fora da realidade. Encontrará um aluno, sempre, mais esperto, que não se submeterá à cátedra por ser cátedra.
Já o saber nunca alcançará a inteligência por mais que se esgotem bibliotecas; remará no deserto e nadará na planície. Inteligência e saber aliados são insuperáveis, e nunca se colocarão contra a evidência, contra o que nada se pode.
Edward Wilson, professor de Harvard, autor da incrível obra "A Unidade do Conhecimento", com o peso de seu vasto saber, explicita que "espera-se dos cientistas sociais a indicação de como moderar os conflitos étnicos, converter os países em desenvolvimento em democracias prósperas e otimizar o comércio mundial"; acrescento eu, nunca confundir ou tentar separar mais e mais a sociedade, e o pior, ensinando padrões ultrapassados que de alguma forma dividem antes de conciliar.
Celso Felício Panza.