Essa arte é antiga, ilustrou uma das primeiras postagens da página, mas tenho um carinho imenso pelas flores enfeitando os ossos, as dores e as frases que são praticamente um mantra:coração gentil, alma compreensiva e mente tranquila.

Praticar a bondade amorosa é um lindo caminho; e podemos acolher nossos momentos complicados sem cobranças ou julgamentos, nada além de muita gentileza e carinho. Oferecemos tanto, somos tão benevolentes, então por que não nos tratamos da mesma forma?
Somos acostumados desde crianças a provar que somos melhores, a superar os limites para agradar, dar o exemplo aos irmão menores e ser uma referência na família.
Fui uma criança que vivia mergulhada nos livros, a cabeça cheia de fantasias e histórias. Quando precisei encarar uma osteomielite aos  sete anos, precisei fazer repouso por um longo período, mas depois cismaram de me colocar para aprender balé clássico. Não sei se fisioterapia era comum, mas a idéia era recuperar meu equilíbrio e postura. Fui uma péssima bailarina e só sosseguei quando me deixaram fazer natação; adoro água, até hoje é onde me sinto melhor.

Não sou nada competitiva, nunca ganhei medalhas nem fiz apresentações, e quis estudar Belas Artes ao invés de medicina ou engenharia. Quando a vida  estava bem calma e previsível, larguei tudo para ser comissária de bordo da Varig, porque meu sonho era trabalhar na Varig. Uma eterna paixão.



Foi uma fase incrível, aproveitei muito cada viagem e foi muito enriquecedor. Nunca imaginei que fosse me aposentar tão cedo, não foi assim que montei o cronograma da minha carreira, muito menos pensei que iria encarar cirurgias e doenças. Mas aconteceu, é assim que está sendo: encarar  a real ou encarar a real. Sem opções, mas com direito às alternativas que me auxiliem a lidar com meu dia a dia, contrabalançando os protocolos convencionais.

Mindfulness entrou na minha vida sem prometer nada; nem cura, nem formas de vencer a dor e a doença, nem qualquer fórmula mágica. Muito pelo contrário, a proposta é viver o momento presente de maneira consciente, como  ele se apresentar. Nada complicado, tudo muito simples e natural, como a respiração que mal percebemos e é tão importante.



Ademais, a  vida fica mais leve e a mente infinitamente mais tranquila, quando nos amamos do jeito que somos. A convivência pacífica com a dor é possível, ''ainda que seja um grande desafio'', é possível, independente da intensidade. Eu escolhi viver desta forma, e é por isso que estou aqui compartilhando minha experiência, mas é claro que cada um terá sua própria experiência, e é isso que torna a existência única, e tão especial.


https://www.youtube.com/watch?v=pqBvAaAnIlo&t=89s

 
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 02/06/2018
Reeditado em 04/07/2018
Código do texto: T6353764
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