CRIMES DE SANGUE.

Contado em minha frente em razão de atividade, nas Varas Penais e Juizado de Menores em que funcionei como juiz, vi praticamente tudo em termos de violência e mesmo barbárie. Conheço um pouco e razoavelmente história. Não tanto quanto gostaria.

A afirmação de que a humanidade melhora não tem meu consenso. Não saiu satisfatoriamente a não ser na intenção, do papel, o que foi convencionado como contrato social.A largueza da harmonia e compreensão e a boa vontade em conviver. Não há mais compaixão nem bondade.

Quando se caminha para melhor as condutas retrocedem, em grau importante se apresenta o pior, gigantescamente piorado.

Minha mulher me diz, “Celso, o que está se passando com a humanidade?”, e relata o que ouviu no rádio, no Jardim Botânico uma filha entrar no apartamento da mãe, matar a mesma com golpe que desfechou na cabeça e se jogar da varanda, morrendo.

Digo de pronto, respondendo o que se passa, droga. Interesse ou dinheiro. Quase sempre esses ligados àquela.

Se teríamos atingido grau maior de civilidade, se o iluminismo banhou o mundo de pensamentos que fariam sair das trevas para a luz lentamente a humanidade, se o humanismo criou regras internacionais de direitos humanos em concerto de vontades plurais acertados, qual a razão de tanta dissenção e violência?

E não se pode dizer que em países de mais educação e punição tais fatos não acontecem, sim acontecem, somente em proporções diferentes, tipificações e punições diversas, e tratamento distinto. Em uns com menos incidência, em outros com mais punição, agravação do encarceramento.

Com pequenas ilhas familiares de respeito e amor o homem vem piorando, pelo que se teria alcançado, em termos de civilidade, não mais se compreende a matança indiscriminada de crianças, a crueldade protagonizada, e pior, muito pior, pais matando filhos, filhos matando pais, professores apanhando em sala de aula, genocídios em nome de religiões,de um Deus raivoso, terrorismos dirigidos contra indefesos civis em locais públicos.

A humanidade piora, está claro. Crimes de sangue chegaram onde nunca estiveram nem eram possíveis de acontecer. Seriam casos psiquiátricos, puramente.

Olhem para trás os que viveram um pouco mais, e constatem essa realidade.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 02/06/2018
Reeditado em 02/06/2018
Código do texto: T6353546
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