ESTRANHAS ECONOMIAS- BVIW


Conheço-o desde o final da década de setenta, quando fui trabalhar na mesma fundação que ele. Comentava-se que era rico, de família tradicional no estado, inclusive com um bispo. Nos aposentamos quase à mesma época e de vez em quando eu o via na Catedral. Um dia, meu marido mostrou-me o conjunto de sobradinhos, do meu personagem. Tudo alugado. E aqui, aluguel para imóveis daquele padrão não é nada barato.
Até onde eu sei, ele não casou, não se sabe que viva com alguém e tudo indica que seja um beato . Para minha surpresa, encontrei-o em uma rua perto de casa, guardando carros em troca das moedas dos motoristas. Fiquei pasma! Mas isso é pouco. Estava eu esperando ser atendida no banco e lá chega ele com duas sacolas. Sabe o que tinha dentro delas? Moedas para serem trocadas por dinheiro graúdo. Ele fez questão de mostrar-me.
Comentando o acontecido com alguém ouvi o seguinte: aquele lá é um dos maiores muquiranas do planeta, não se sabe para quem vai deixar tanta grana. Se fosse minha, certamente daria outro destino a essa fortuna . Faria um cruzeiro marítimo pelo Caribe e ajudaria algumas pessoas que precisam de apoio para seguirem em frente na vida. Fico aqui cumular momentos felizes.