CORPUS CHRISTI.

O Corpo de Cristo como ofertado pela celebração do divino, se dá como alimento, assim por Ele passado pela tradição, Jesus de Nazaré, se celebra hoje.

É o mais significativo oxigênio que nos leva a respirar e sentir a força de Algo mais. Evidentemente a fé impulsiona este sentimento, mas ela se estrutura principalmente nas fronteiras do ser e existir.

Mas como atingir o ser? Nada mais distante em concretude filosófica.

Tomás de Aquino procura a realidade, a experiência sobre a realidade do homem. Entretanto essas experiências humanas se desfazem, escondem-se, condensam-se, transformam-se, depositam-se. Filosofar sustenta-se no resgate dos pilares de sabedoria guardados na linguagem comum.

Primeira questão da Suma Teológica destina-se a situar o que seja sabedoria.

Tomás explica que a sabedoria está nas coisas mais simples.

Na experiência pessoal vivida, no latim sapere , que significa "saber" e "saborear".

Tomás identifica: o "sabe" não é casual. Alguém sabe por que estudou, outro sabe porque saboreou.

O "Ato de Ser" em Tomás é real, fático. É nesse sentido aristotélico de realidade que a língua inglesa diz actually para indicar que algo é realmente, de fato.

"O ser é aquilo que há de mais íntimo em cada coisa, e o que mais profundamente está inserido em todos os entes" (I, 8, 1).

O ser é, e sempre será, um mistério que o homem não pode esgotar.

Esse Ser que nos trás a maior das graves questões, Jesus, tem hoje a festa de seu Corpo por ser O Filho de Deus, O Ungido, o Rei, como assim disse Pilatos, “tú és Rei ?”.

E crucificou-se o Rei sob deboche, “Iesus Nazarenus Rex Iudeorum”. Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus.

A Festa de “Corpus Christi” é a celebração em que solenemente a Igreja comemora o Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas.

Nesta festa os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma.

Surgiu no séc. XIII, Liège, Bélgica, a celebração, na vontade de Juliana de Mont Cornillon, religiosa, que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia.

Em Bolsena, Itália, ocorreu o milagre eucarístico. Gotas de sangue vertiam da hóstia após a consagração. O padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia. E deu-se o milagre.

O Papa Urbano IV residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, e ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Aconteceu em procissão. O Papa encontrando a Procissão na entrada de Orvieto, exclamou em face da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.

Faz doze séculos aconteceu o primeiro e mais prodigioso Milagre Eucarístico da Igreja Católica. Por volta dos anos 700, na cidade italiana de Lanciano, no mosteiro de São Legoziano dos Monges de São Basílio, havia um deles que tinha cultura mais mundana do que voltado para o Ministério de Deus. Sua fé era duvidosa e fraca. Na hóstia consagrada, colocava dúvidas que fosse o verdadeiro Corpo de Cristo e o vinho o Seu verdadeiro Sangue.

Celebrando a Santa Missa, sempre acossado pela sua dúvida, após proferir as palavras da Consagração, ele viu a hóstia converter-se em Carne viva e o vinho em Sangue vivo. Sentiu-se diante de tão espantoso milagre, em choque.

Disse então:

“Ó bem-aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se visível aos vossos olhos. Vinde, irmãos, e admirai o nosso Deus que se aproximou de nós. Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!”

A Hóstia-Carne apresentava, como ainda hoje se pode observar, uma coloração ligeiramente escura, tornando-se rósea se iluminada pelo lado oposto, e tinha aparência fibrosa; o Sangue era de cor terrosa (entre o amarelo e o ocre), coagulado em cinco fragmentos de forma e tamanhos diferentes.

A partir de 1713 até hoje, a Carne passou a ser conservada numa custódia de prata, e o Sangue, num cálice de cristal. Aos reconhecimentos eclesiásticos do Milagre, a partir de 1574, veio juntar-se o pronunciamento da Ciência moderna através de minuciosas e rigorosas provas de laboratório.

Em 1970 que os Frades decidiram, devidamente autorizados, confiar a dois médicos de renome e idoneidade moral a análise científica das relíquias. Para tanto, convidaram o Dr. Odoardo Linoli, Chefe de Serviço dos Hospitais Reunidos de Arezzo e livre docente de Anatomia e Histologia Patológica e de Química e Microscopia Clínica para, assessorado pelo Prof. Ruggero Bertelli, Prof. Emérito de Anatomia Humana Normal na Universidade de Siena, proceder aos exames.

Após exames exatamente a 4 de março de 1971, os pesquisadores publicaram um relatório contendo os resultados das análises:

“A Carne é verdadeira carne, o Sangue é verdadeiro sangue. A Carne é do tecido muscular do coração (miocárdio, endocárdio e nervo vago). A Carne e o Sangue são do mesmo tipo sanguíneo (AB) e pertencem à espécie humana. No sangue foram encontrados, além das proteínas normais, os seguintes materiais: cloretos, fósforos, magnésio, potássio, sódio e cálcio. A conservação da Carne e do Sangue, deixados em estado natural por 12 séculos e expostos à ação de agentes atmosféricos e biológicos, permanece um fenômeno extraordinário.”

É assim o Milagre de Lanciano.

“Jesus nos diz: Eu existo e estou convosco. Confiai em Mim”.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 31/05/2018
Reeditado em 31/05/2018
Código do texto: T6351502
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