Livro de cabeceira.

          Acho engraçado que algumas pessoas leiam certos livros inúmeras vezes, e se apaixonem por ele à esse ponto, pois afinal temos múltiplas escolhas, e o mundo das letras tem tanta magia, que pode-se viajar por um labirinto interminável de opções.
          Na adolescência pude ler muitas obras juvenís, que me abriram caminhos para obras mais densas,  formando o meu alicerce para a leitura e a escrita. Me lembro de ter amado ler "Os três mosqueteiros", de Alexandre Dumas, e mais adiante gostei muito de "Horizonte perdido", falando de Shangri-lá e de como as pessoas não envelheciam nessa cidade, um romance maravilhoso de James Hilton.
           Me apaixonei pelas obras de Ernest Hemingway, lendo vários livros dele, e depois de Garcia Marques, mas não foram de cabeceira, embora gostasse de ler na cama, com a luz da mesinha, onde passaram Goethe, Balzac, Vitor Hugo, Dostoieviski, Kundera e muitos autores fantásticos.
           O cineasta Woody Allen ganhou de um brasileiro, o livro "Memórias póstumas de Brás Cubas", do Machado de Assis, em inglês é claro, e ele se tornou um dos livros de cabeceira de Allen, que acha instigante o fato de alguém narrar a própria morte,  fazendo críticas e observações do próprio velório, e relembrando da sua existência- E de fato, é genial.
           Muitos amigos tem na cabeceira a própria Bíblia, aberta em uma página qualquer, aleatória, e acho isso uma tolice sem sentido . Leio a Bíblia às vezes, mas não vejo sentido em deixá-la aberta, ela não é mágica, embora tenha ensinamentos preciosos.
           Outros adoram os livros de "Autoajuda", com todo o respeito, pois ninguém segura as rédeas do meu cavalo, por mais doído que ele seja, a doma é assunto meu.

 
Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 31/05/2018
Reeditado em 31/05/2018
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