QUEM SOMOS COMO SERES POLÍTICOS?

Avança de todos os setores esclarecidos a inconformação com o estado de “terra arrasada” do país. A posição política de cada um forma a origem da representação.

Não sou habitual eleitor, me faltam sempre representantes lineares ao meu padrão desejável, sou um observador, não sou de esquerda, de direita ou de centro e recusei, sempre, participar de política partidária, apesar de assediado desde os bancos universitários em época de turbilhão político.

O apartidarismo configura meu posicionamento por não ver em programática partidária ou nas condutas dessas instituições, faz tempo, meu perfil político, rejeitando, principalmente, o voto obrigatório, já que votar é ato de liberdade, e assim se expressa a democracia, embora ficta, parcela do todo, maioria, metade mais um no sufrágio majoritário. Se não tenho em quem votar por não representar meu pensamento político, não posso ser coagido a votar.

Sob o manto de variadas penas, desde multa pecuniária à vedação do exercício de direitos, se obriga o cidadão a votar, fato existente em poucas nações ditas civilizadas.

É como minha participação em sites, embora eventual; faço-a quando me dita a vontade, com plena liberdade. Neste espaço meu salário é o salário ideal, não necessita indenização, remuneração, somente minha consciência voltada a contribuir, penso que assim seja com todos.

Salário ideal dispensa monitoramentos e sinopse pautada, é a moeda que não pode mover interesses. Só há uma baliza; a lei, e por ela todos devem responder, não fugindo das responsabilidades de sua coerção, até porque, sua ignorância, não isenta incidência. É a vontade da lei.

Como apartidário abomino radicalismos. Desde a esquerda que congrega trotkistas e chiitas, da qual tenho alergia, radicais espúrios que pregaram a ausência de liberdade, até quaisquer outras e todas colorações e bandeiras, muitas pejorativamente nominadas democráticas, insuficiência de saber que credito à insciência filosófica existencial do ser humano, fruto ignaro da desinformação humanista.

O comunismo só existiu porque Marx, com seu "O Capital", foi tirado da estante por lunáticos que se esqueceram ser a liberdade do homem o maior bem, sem o que seria pó como muitas doutrinas, algumas excelentes que restaram esquecidas.

Mas, o comunismo encontrou adeptos, verdadeiros, que se submeteram a essas violências (ausência de liberdades individuais), e falsos, a maioria, que pregavam ideias dessa ordem tomando champagne em Paris no exílio; muitos.

Os “ismos” sempre acabaram mal, todos, totalitarismos, e o capitalismo não trouxe a plena felicidade pela liberalidade do mercado por seu exercício se exceder na ganância do homem.

Como dizia John Kenneth Galbraith, notável historiador, falando em 1960 sobre a depressão de 1930, o capitalismo sobreviverá “por causa da ausência de uma alternativa organizada e plausível” .

Sem pretensões utópicas, é preciso existir o encontro do trabalho com o capital, o sentido de justiça, “dar a cada um o que lhe é devido” como conceituou Santo Agostinho, considerando o que é justo.

“A Cezar o que é de Cezar, a Deus o que é de Deus”, como ensinou Cristo, a cada um o que é justo. Sem sectarismos fundamentalistas, de direita ou esquerda, termos ultrapassados, que retiram a liberdade ou expropriam direitos fundamentais, como acesso à proteína, comer, acesso à saúde, à habitação, ao lazer e, principalmente, à educação, mola única que qualifica a representação.

Como realço sempre, sendo bom lembrar Khalil Gibran em “O Profeta”: “O que é a necessidade senão a própria necessidade?”. .

Não preciso dizer em quem voto e se voto. Meu ideal repousa em um não cristão que mais reverenciou Cristo, Ghandi: "Não posso antever, o dia em que nenhum homem será mais rico que o outro. Mas posso imaginar o dia em que os ricos rejeitarão enriquecer à custa dos pobres, e os pobres deixarão de invejar os ricos. Mesmo no mais perfeito mundo imaginável será difícil evitar desigualdades, mas podemos e devemos evitar conflitos e amarguras.”

A qualidade da escolha se dá havendo representação do ideal social.

Não sou de nenhum partido ou corrente, nem serei, voto na pessoa; execro a corrupção registrada no index da Procuradoria Geral da República, com ineditismo histórico, perpetrada na investidura política, e execro com todas as minhas forças, porque faltam muitos nos registros até agora oficializados e sei como tranquilamente poderiam ser responsabilizados; execro governos que se deixaram alicerces de estabilidade da moeda, também projetaram desmandos, o maior deles a criação por institucionalização do regime da reeleição (acenos absurdos de perpetuação), de consequências desastrosas, cópia amarga da dita democracia dos americanos do norte que não existe, pois não respeitam a soberania das nações, e mesmo de seus cidadãos sob anátemas de preconceitos vários, ainda continuados com todo o avanço que possam ter.

Não me servem e nunca me serviriam os partidos que aí estão agrupados na mesma ordem de inclinações, com comprometimentos públicos de todos conhecidos, para os que conhecem ou não as leis.

Meu sonho não será realizado pelo óbvio interior humano ainda muito egoísta que sempre friso, que está até mesmo do nosso lado, forte em pessoas que conhecemos e convivem proximamente, imagine-se ao lado do poder. É crível e visível. Estou ainda nessa quadra da vida com o sabor amargo do pessimismo do grande historiador Galbraith, para quem em trezentos anos talvez o ser humano veja no próximo "um seu irmão", a doutrina do amor ao próximo do Cristo e de poucos outros de sua grandeza. Mas vejo como muitos o processo social vagaroso de saída das trevas para a luz em curso.

É de grande espaço a temporalidade para sua realização.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 31/05/2018
Código do texto: T6351172
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