RECADOS DE MAIO

( Deste maio que se despede... )

Quando você chegou ,cheio de recados,a lua cheia era só um resto de abril tentando aconchego entre os dias teus.

Então eu lhe falei dos homens.

Aqueles !... Sem tempo.

De seus compromissos e de seus ardis,das verdades cruas,a cruzar as ruas, indiferentes às cores destas rosas tuas em sutis acenos por entre gradis.

De repente,também eu emprestei meus passos à essa indiferença.

[ Sou humano e como tal, falível ]

Refém da rotina que à tudo escraviza, por muito pouco quase atinjo a divisa que separa os sonhos da fria descrença.

Mas a esperança revestida em verde , sem nunca dar-se por vencida,concedeu-me um tempo a espiar o nada.

Assim, em noite de céu azul tingido, vi bordar-se o manto da imaculada.

Estrelas disfarçadas em strass e toques matreiros duma aragem fria, denunciaram ares do mês de Maria.

Então meus passos vagos foram cerzindo caminhos. E um luar varrido de eucaliptos rabiscando em sombras , com muito jeitinho, recomendou em carta de seu próprio punho...

Um inocente " maio “ aos cuidados de junho.

Joel Gomes Teixeira