TÃO SÓS, PRA FALAR DE NÓS
Depois de tantas histórias, tantos sonhos, tantas memórias...
Eu que tinha tanto pra viver, tanto a querer,
Tanto pra desejar, tanto a amar...
Eu que tinha tantos outros sonhos, antes de te encontrar
Me resumi a isto...
Sente-se aqui meu velho,
Hoje foi mais um dia daqueles, e nossa correria, que já não é mais tão corrida, mais uma vez, com o dia se finda....
Hoje os filhos crescidos, cada um com seus compromissos, todos na vida corrida, não virão nos visitar...
Os netos também pediram pra avisar, que vão à pizzaria, e que conosco não virão jantar...
A Bia está na maternidade, e nossa bisnetinha está quase a chegar...
Pois é meu velho companheiro, por vezes fomos só nós dois, e mais uma vez aqui estamos nós...
Dividimos o travesseiro, dividimos o cobertor, mas multiplicamos nosso amor...
São tantos anos, que mais cedo, enquanto te olhava na cadeira de balanço, confesso que meu egoísmo pediu a Deus, que nos levasse de uma só vez, quando chegasse a hora, eu não suportaria te perder, e muito menos imaginar você sofrer...
Você nunca foi de falar muito, sempre fez do seu querer um Sim, e do contrário um Não...
Nunca foi de justificativas, combinou comigo, egoístas ou não, sempre fomos tão nós...
E em tantos momentos tão sós...
Mais uma vez olha nós...
Como nos velhos tempos, olhando o sol, e não mais sonhando ou planejando, hoje, apenas relembrando todas as nossas falhas memórias...
_(Trindão... trindão... trindão...)
Deixe que eu abro... Algum filho ou neto deve estar a bater, quão impacientes são...
É já meu velho que novamente ficamos a sós, e podemos mais uma vez falar de nós...