As Copas em Minha Vida (VII)
O ano de 2006 trouxe mudanças significativas para mim. Estava trabalhando naquela época justamente em um projeto da ESEF envolvendo futebol e história intitulado Acervo das Memórias Esportivas.
Mesmo com bastante trabalho de recuperação de livros e revistas esportivas que falavam bastante de Copas do Mundo, ainda assim tive tempo para acompanhar a Copa do Mundo de Futebol na Alemanha.
Ali, o Brasil era franco favorito ao título tendo como carro-chefe o tão badalado quadrado mágico (Kaká, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Adriano) que só faltava fazer chover.
O problema é que, devido justamente a essa aura de infalibilidade, a seleção deitou-se nos louros e se preocupou apenas em dar espetáculo esquecendo-se de treinar de verdade.
Trocando em miúdos, o ponto forte tornou-se o ponto fraco e isso se fez sentir durante a Copa, á medida em que os jogos se passavam.
E então se viu que o quadrado mágico não era tão mágico assim.
O Brasil passou pela primeira fase com alguns sustos e as oitavas-de-final contra Gana foram de uma relativa tranquilidade.
Até chegar as quartas-de-final contra uma França mordida pelo vexame de 2002 e com Zidane fazendo uma despedida exuberante do futebol.
Lembro-me bem desse dia. Estava vendo o jogo com meu pai e irmãos e notei que o time estava mais apático do que nunca.
No momento em que Henry marcou o gol da vitória francesa no segundo tempo, ficamos indignados com a falta de atitude do Brasil em querer reagir naquela partida.
No fim das contas, o problema não foi apatia, mas sim o excesso de confiança.
Depois disso, voltei ao trabalho. Mas não deixei de ver o título italiano e a despedida definitiva de Zidane do futebol.
E também o surgimento de dois jogadores que iremos muito falar no futuro, Messi e Cristiano Ronaldo.
Aquela Copa terminou, mas o futebol me marcaria pelo resto da minha vida e ainda mais depois de um evento muito importante.
Enquanto isso eu teria que esperar até 2010 para descobrir se o Brasil aprenderia ou não a dura lição ensinada em terras alemãs.