Moranguinho

A mãe, com seus trinta e poucos anos

anda pelos corredores da grande loja de departamento. O filho de sete anos, pacientemente, segue seus passos, também ele se entusiasmando com tantos produtos colocados estrategicamente para atrai-lo. De repente, a mãe pára. Vê-se diante de uma recordação da infância. É a boneca Moranguinho, com seu característico cheiro da fruta. Quantas lembranças lhe saltam à mente diante daquela visão. Aqueles momentos inocentes, entre outras meninas, brincando sem nenhuma preocupação com o amanhã. Nada era mais importante do que o momento da diversão. Era coisa séria: "Não tá vendo mãe que eu tô brincando e não posso ir agora almoçar?". A cena nitidamente veio à sua frente. Por onde andaria aquela boneca, companheira inseparável da infância? Certamente sua mãe deve ter dado para alguma criança quando achou que a filha não precisava mais dela. Mas será que as mães sabem exatamente quando podem passar adiante as as companhias dos filhos? A criança olhava para mãe com admiração por ver que ainda tinha uma criança dentro dela.

Ela não pensou duas vezes, pegou a boneca e foi para fila do caixa. Queria junto a alegria daqueles tempos, a espontaneidade, a inocência. Será que foi tudo embora? Vai ver ainda estava lá, só esperando o reencontro com a boneca.