Hoje Vou Falar De Mim
Eu sempre fui do tipo que vai e faz porque sempre soube que ninguém faria por mim.
Foram 34 anos trabalhando na educação, 27 dos quais apenas na educação infantil.
Desentupi pias, limpei piolhos, lavei e levei, busquei, corri atrás, discuti, briguei, me diverti, fiz amigos e “inimigos” pois não se pode agradar todo mundo o tempo todo (quem foi mesmo que disse isso?).
Me formei, reformei e me aposentei, não antes de lutar bravamente ate o fim. Me doei. Subi morros, caminhei longas distâncias a pé enquanto podia.
Fui professora, diretora,médico, psicologo,faz tudo, até acabar doente.
Desenvolvi uma doença crônica, tomei remédios amargos, tando os de farmácia quanto os da vida.
Sonhei sonhos que não se realizaram.
Me apaixonei, desapaixonei, tive amores platônicos, casei.
Sou do tipo pragmática, porém peremptória, taxativa.
Sagitariana que gosta de aventuras mas que não teve dinheiro para bancá-las.
Criei filha –muito bem criada e hoje um orgulho- cachorros, gatos, porquinho-da-índia, peixinho, passarinhos. Construí casa, comprei carro velho, depois carro novo, morei de aluguel, financiei imóvel. Perdi pessoas queridas e outras nem tanto...Cozinhei, faxinei, fiz reparos, chorei e me alegrei muitas vezes.
Conheci pessoas "importantes" para a sociedade e outras importantes apenas para mim. Alguma se foram, outras ficaram.
Aprendi a dirigir por necessidade e não por gosto e odeio ter que ir a um lugar onde nunca fui sem saber se lá haverá onde estacionar.
Fiz escolhas erradas, tomei atitudes drásticas em momentos em que hoje faria diferente e também deixei de fazer, e de ir, e de me posicionar na ocasião certa. Perdi oportunidades e aproveitei outras, desisti de fazer coisas das quais eu gostava, em prol de outros. Algumas vezes falei o que não devia e ouvi o que não queria.
Pagava para me estressar.
Tanto no trabalho como na vida particular, não delegava tarefas. Para mim era tudo ou nada, na base do “se quesh, quesh, se não quesh dish” que é uma expressão “mané” aqui da região onde nasci e moro até hoje.
Então aprendi a desacelerar depois de levar alguns tombos e empurrões. Engordei e treinei fechar a boca em todos os sentidos, perdi cabelos, o furor da juventude, o ônibus, a hora.
Diminui as expectativas quanto a mim mesma e aos outros e hoje fico feliz com coisas simples tipo: cheiro de café passado na hora, comer na casa dos outros (sempre gostei, pois odeio cozinhar), perfume com aroma de flor, chocolate meio amargo, caminhar sozinha pela cidade, ainda que mancando, onde claro, você nunca está só se não quiser. Faço teatro infantil, porque eu saí da educação, mas a educação não saiu de mim, conto historias, gosto de um bom filme, de shopping e de estar com pessoas afins. Só leio o que me agrada, pois parei de ler por obrigação faz tempo!
Hoje carrego uma bagagem de aprendizado, não aquela dos bancos acadêmicos, mas a da vivência que nos ensina amar a si próprio, a perdoar e perdoar-se, parar de querer impressionar.
Vivo com a tranquilidade dos justos, perene de emoções orvalhadas, manejando a caneta –sim, ainda escrevo com caneta como se eu fosse alguém que tivesse algo a dizer- as agulhas e as palavras para lavar a alma, a minha e alegrar a dos outros pretensiosamente.
Tenho saudades que não me oprimem, tristezas suaves, nenhum arrependimento realmente sério. Controlo a fera dentro de mim bem trancafiada e alimentada para ela não se revoltar, e olho a vida de cabeça erguida, com alguns ossos ainda no lugar, fazendo somente o que gosto, sem depender da aquiescência de ninguém.
Quanto a fera, deixo pra próxima encarnação, e não me interessa o que será feito dela!
PS: Não tomo remédio para dormir pois sou boa de cama.
Eu sempre fui do tipo que vai e faz porque sempre soube que ninguém faria por mim.
Foram 34 anos trabalhando na educação, 27 dos quais apenas na educação infantil.
Desentupi pias, limpei piolhos, lavei e levei, busquei, corri atrás, discuti, briguei, me diverti, fiz amigos e “inimigos” pois não se pode agradar todo mundo o tempo todo (quem foi mesmo que disse isso?).
Me formei, reformei e me aposentei, não antes de lutar bravamente ate o fim. Me doei. Subi morros, caminhei longas distâncias a pé enquanto podia.
Fui professora, diretora,médico, psicologo,faz tudo, até acabar doente.
Desenvolvi uma doença crônica, tomei remédios amargos, tando os de farmácia quanto os da vida.
Sonhei sonhos que não se realizaram.
Me apaixonei, desapaixonei, tive amores platônicos, casei.
Sou do tipo pragmática, porém peremptória, taxativa.
Sagitariana que gosta de aventuras mas que não teve dinheiro para bancá-las.
Criei filha –muito bem criada e hoje um orgulho- cachorros, gatos, porquinho-da-índia, peixinho, passarinhos. Construí casa, comprei carro velho, depois carro novo, morei de aluguel, financiei imóvel. Perdi pessoas queridas e outras nem tanto...Cozinhei, faxinei, fiz reparos, chorei e me alegrei muitas vezes.
Conheci pessoas "importantes" para a sociedade e outras importantes apenas para mim. Alguma se foram, outras ficaram.
Aprendi a dirigir por necessidade e não por gosto e odeio ter que ir a um lugar onde nunca fui sem saber se lá haverá onde estacionar.
Fiz escolhas erradas, tomei atitudes drásticas em momentos em que hoje faria diferente e também deixei de fazer, e de ir, e de me posicionar na ocasião certa. Perdi oportunidades e aproveitei outras, desisti de fazer coisas das quais eu gostava, em prol de outros. Algumas vezes falei o que não devia e ouvi o que não queria.
Pagava para me estressar.
Tanto no trabalho como na vida particular, não delegava tarefas. Para mim era tudo ou nada, na base do “se quesh, quesh, se não quesh dish” que é uma expressão “mané” aqui da região onde nasci e moro até hoje.
Então aprendi a desacelerar depois de levar alguns tombos e empurrões. Engordei e treinei fechar a boca em todos os sentidos, perdi cabelos, o furor da juventude, o ônibus, a hora.
Diminui as expectativas quanto a mim mesma e aos outros e hoje fico feliz com coisas simples tipo: cheiro de café passado na hora, comer na casa dos outros (sempre gostei, pois odeio cozinhar), perfume com aroma de flor, chocolate meio amargo, caminhar sozinha pela cidade, ainda que mancando, onde claro, você nunca está só se não quiser. Faço teatro infantil, porque eu saí da educação, mas a educação não saiu de mim, conto historias, gosto de um bom filme, de shopping e de estar com pessoas afins. Só leio o que me agrada, pois parei de ler por obrigação faz tempo!
Hoje carrego uma bagagem de aprendizado, não aquela dos bancos acadêmicos, mas a da vivência que nos ensina amar a si próprio, a perdoar e perdoar-se, parar de querer impressionar.
Vivo com a tranquilidade dos justos, perene de emoções orvalhadas, manejando a caneta –sim, ainda escrevo com caneta como se eu fosse alguém que tivesse algo a dizer- as agulhas e as palavras para lavar a alma, a minha e alegrar a dos outros pretensiosamente.
Tenho saudades que não me oprimem, tristezas suaves, nenhum arrependimento realmente sério. Controlo a fera dentro de mim bem trancafiada e alimentada para ela não se revoltar, e olho a vida de cabeça erguida, com alguns ossos ainda no lugar, fazendo somente o que gosto, sem depender da aquiescência de ninguém.
Quanto a fera, deixo pra próxima encarnação, e não me interessa o que será feito dela!
PS: Não tomo remédio para dormir pois sou boa de cama.