"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO".

A ilha chamada Marcel Proust tem em seu entorno uma grandiosa literatura. Nenhuma crítica no sentido de não aceitação, mas de entender seu universo. Mauriac e Bernanos olham o autor com reservas sob ângulo moral em suas abordagens.

Li um advogado dizer que passou a entendê-lo melhor depois de ler apreciação de um filósofo sobre sua obra. Muitos se fascinaram com sutileza de sua paciente busca da memória involuntária. A sua obra, romance entre os poucos de grandiosidade do mundo, por alguns que realmente podem abordá-lo, é chamada de cansativa, mas seus sete volumes podem ser lidos aos poucos. O primeiro tem como frase inicial “Longtemps je me suis couché de bonne heure”, mas corrido linearmente seria, por muito tempo me deitei cedo.

É assim “EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO”, mostra o tempo perdido nesse deitar cedo em detrimento de seu conhecimento do mundo e das gentes. Grande parte da humanidade deita cedo, deita tarde, acorda cedo ou tarde, mas para muitos não adianta a hora de deitar, devem ficar distantes de grandes obras para não interpretá-la sob densas nuvens de mente turvada e passar de forma mutilada adiante. E isso se compreende. Proust não merece essa condenação.E o tempo perdido é irrecuperável para esses notívagos das letras; Proust assinala essas passagens em tecelagem literária detalhada.

É autor difícil de ser lido e a desistência se dá para muitos logo no início. Mas vale à pena aos com fome de leitura e capacitados. Será enriquecedor.

O primeiro volume do romance, intitulado "Ao lado de Swann", onde estão destacadas reflexões, foi traduzido por Mario Quintana, inicialmente, para o português.

Proust levava consigo cadernos de anotação escritos e reescritos que se tornavam estruturas de sua obra. Agudo observador, chegava ao ponto de colar folhas ao lado das folhas desses cadernos que iam dobrando ao sabor das alterações.

"Aqueles que amam e os que são felizes não são os mesmos. A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, e sim em ter novos olhos."

Uma grande necessidade nos dias atuais onde as travas cegam as pessoas de tal forma na compreensão do mundo e suas ocorrências mais simples que só à insuficiência de proteína se pode creditar, e crucificamos esse desgoverno veementemente que tudo nega aos pobres e carentes necessitados de tudo a quem votamos intensa piedade e por eles rezamos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 24/05/2018
Reeditado em 25/05/2018
Código do texto: T6345152
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