Vileza
Ah essa vileza crônica! Quase segunda pele de tantos por aí.
É bem provável que eu a tenha vestido em algum momento da minha vida, ou em muitos momentos, mas eu senti desconforto! Vesti por não ter outras opções para aqueles momentos. Mas tenho visto o mundo corriqueiramente vestir-se assim, é quase uma moda que nunca sai de moda.
Você provavelmente já deve ter feito uma vistoria em tuas lembranças e, se deparado com um número interminável de vezes, em que você mesmo ferido, sem forças, ornou-se de uma alegria inexistente para acolher alguém que tu julgas especial, importante, ou simplesmente ajudaste por você ser um humano capaz de se imaginar na situação na qual encontraste alguém. É, eu imagino que sim! Também é provável que você tenha ajudado mais uma vez, por que fazer o bem, faz bem à nosso espírito, o problema é que aqueles que são ajudados, depois de um tempo, acostumam-se, acomodam-se, tornam-se tão ingratos, que já não são capazes de enxergar a bondade das tuas atitudes. Não, não! Eles internalizam que por terem sido gratos uma vez, é o suficiente. Mas sabe amigos! A pior de todas as ingratidões não está exatamente nesta do reconhecimento, e sim naquele maldito momento quando chegamos no fundo do poço de nossas forças, emoções, crises existenciais… Todos para quem dispensamos tanto de nós, somem! E não é sumir do verbo “desaparecer”. É estar presente, identificar que você precisa de alguém agora, e mesmo assim, virar as costas e ir embora, como quem diz: “NÃO É PROBLEMA MEU”. Quantas vezes o problema não era nosso, mas estávamos lá, ao menos para dizer: “DARÁ TUDO CERTO, NÃO DESISTA AGORA”
Eu juro que para não perder a fé nas pessoas, tento justificar este comportamento tão frívolo. Quem sabe depois de ter dado a volta por cima, as pessoas que nós ajudamos, queiram apagar aquela imagem de fragilidade a qual viveu, partindo do princípio de que nós seres humanos queremos ser sempre, autossuficiente, é uma boa teoria. Embora um tanto pífia, ao meu ver. Isso por nos arremeter a pensar que precisar do outro, é algo humilhante. Então, faz aquilo que o ditado popular tão pitorescamente expressa: “cospe no prato que comeu”.
Se assim for, teremos dois pesos e, duas medidas. Pois a ingratidão gera tristeza no coração de quem sempre ajudou, em contra partida, temos o ingrato com o seu suposto “sentimento de humilhação” por ter tido sua “grandeza humana” diminuída ao precisar de outrem. Perdoem-me os que discordarem do meu pensamento, mas a ingratidão, nada mais é do que o maldito Orgulho! Horas aparente, horas camuflado, orgulho de não admitir que esteve em situação difícil. Egoísmo de não querer interromper o gosto da conquista, com a preocupação, o cuidado e a dedicação ao outro. Seja qual for o sentimento, a você que ajuda, não torne teu gesto nobre em “Arma”. Mesmo que tu proves o gosto mais amargo da ingratidão, não jogue na face de ninguém tuas ações em prol dele. Enobreça tua alma no silêncio! O orgulho apodrece o caráter, mas a bondade desprendida, enriquece o espírito.
Todo reconhecimento e, castigo dos ingratos virão, quando eles se depararem com pessoas de alma mais apodrecidas de ingratidão do que a deles. Nesse dia, o valor de todas as tuas ações, estarão em alta, e as pessoas verão @ amig@, namorado@, fantástico que elas perderam…
(Hámilson Carf)