TEMPO PARA O ABRAÇO
Despertou-me mensagem que anuncia ser hoje o Dia do Abraço. Esse gesto, embora físico, toca a alma; é uma das mais indeléveis provas de aconchego animada pela amizade, pela proteção ou tão simplesmente pelo amor.
Enquanto me punha de pé, refletia sobre o ato de suposto afeto e seus efeitos. E, perguntava-me: "Se assim é, quantas horas durará este dia"? Ouviria, por certo: "24, evidentemente". Mas, não é essa a cronologia a se aplicar, no caso.
O tempo em questão não se mede às precisas badaladas do "Big Ben", mas no ritmo, no pulsar, ao pêndulo de um grande bem. E, não se dirá de ponteiros, e sim a empatia que indica o momento. Nem à engrenagem com cordas, eixos, alarmes há de se referir, uma vez que o mecanismo sua dinâmica são ditados por sentimentos. Ainda, não se atinará à pressa; essa expressão de carinho vale mais que segundos, porquanto é passível de culminar lembranças significativas de afluentes instantes.
Quantas horas terá esta data, quando o entrelaço se deseja forte, verdadeiro, duradouro? Acima de formais encontros com premir de corpos, haja troca de calor e vindo batidas cardíacas se alinharem em igual frequência, esse clima não se quererá contido nas únicas ditas 24 horas.
Que o Dia do Abraço não tenha fim!
Israel dos Santos
RL > Crônicas > 22.05.2018