Orgulho ou amor próprio?
Às vezes é difícil diferenciar o orgulho do amor próprio. Assim como também é complicado saber se estamos nos comportando com humildade ou como humilhados. A busca das virtudes esbarra em dúvidas sobre o nosso comportamento. Jesus foi manso e humilde de coração. Nunca procurou a sua glória, o poder ou o ter. Mas sempre agiu de maneira altaneira diante de ricos, sacerdotes ou doutores da lei. Não agia como um homem humilhado, somente com humildade. Foi altaneiro diante de Pilatos, mas foi humilde ao pedir água à samaritana. Não se deixou humilhar quando flagelado e crucificado manteve silêncio, sem pedir clemência. Foi humilde quando chorou diante do túmulo de Lázaro, seu amigo. Quem, excetuando Jesus, nunca sentiu o gosto do orgulho, o sabor da vaidade e da presunção? Quantas vezes não explodimos de indignação ante algo ou alguém que nos magoa? Pode-se nesse momento ser humilde sem agir como humilhado? O amor próprio é necessário para se manter um mínimo de dignidade. Mas não pode se transformar em orgulho que é um veneno para o caráter. Sempre será a questão filosófica: “Ser ou não ser”; virtude ou vício; viver com humildade ou com humilhação. Talvez antes dessa questão haja uma questão maior vivenciada por Cristo e que precisamos aprender: “Amar!” Ele, o Mestre dos Mestres, entendeu que quando se ama verdadeiramente, ninguém consegue nos humilhar nem conseguimos ser orgulhosos. Ele nos ensinou que podemos ser humildes, mas sempre altaneiros.