O sorriso do Felipe...
Aí você acorda, mais pra lá do que pra cá, um certo cansaço e o dia é de outono, nublado, seco, notícias velhas e requentadas de muita gente sofrida e sofrendo, sem esperança de tempos melhores, como se estivessem invisíveis dentro de uma anormalidade que viola os mais básicos preceitos da dignidade humana.
Nesse contexto a tendência é de mais tristeza, sintonizar-se com energias pesadas, negativas, tendendo a se contaminar e imantar um período já longo de banalização da dor humana ou se alienar, fazendo de conta que, se não é com um dos nossos, razão simples para deixar de lado.
Mas não há como tentar se esquivar na indiferença achando que não nos cabe resolver os problemas do mundo, especialmente se eles, apenas aparentemente, não nos afetam ou não causam dores maiores porque vivemos melhor que bilhões de irmãos nesse planeta maravilhoso.
Jesus e Maria nos ensinaram tudo sobre o amor, ou ao menos nos deram caminhos para com esse sentimento aprender que, enquanto houver um pequenino sofrendo, com fome, frio, sede ou sem teto, não haverá equilíbrio e normalidade.
A distância física do sofrimento alheio não nos exime da ação, que seja a de uma prece por todos os que sofrem e pelos líderes políticos, religiosos, espirituais e empresariais para que entendam o significado de que, muito se pedirá a quem muito recebeu, não lhes cabendo alegação da ignorância justamente pela posição que ocupam.
O sorriso do meu neto Felipe me faz acreditar que ele e muitas outras crianças e jovens que já chegaram e estão chegando nesse tempo de dores farão do nosso mundo um lugar melhor para todos, esse é o nosso destino, a família humana vivendo em harmonia e cultivando a paz.
Paulo Afonso Barros