Pra sempre Paris

Num papel qualquer escrevo uma crônica, ouso contar sobre uma época que não vivi.

Euforia na cidade da luz.

A Paris dos anos 20, é o lugar onde gostaria de me sentar tomando um café, testemunhar um simples casal, protagonistas anônimos, trocando olhares num convite à dançar.

A música está no olhar.

Não sou daqui e nem dali.

Venho de outra época, viajante do tempo, cultivo intenções.

Efervescente cidade, imagino passear a noite e me molhar na chuva que não anunciada surpreende.

Paris, me perder nas suas ruas e imprevisivelmente encontrar Dalí e muito além da meia-noite, sem saber onde ir, me permitir.

Peço mais um café e continuo a escrever, respiro profundamente e sou levada de volta onde eu deveria estar.

Sem frustração a viagem segue, e no piscar dos olhos, repenso que no meu tempo as peculiaridades são constituídas por lágrimas, sorrisos, danças e músicas, tal como a cidade iluminada.

Recupero a alegria inata e continuo a viagem.

Já não tenho muito sobre o que escrever, julgo apropriado encerrar a viagem e aliviar-me da bagagem.