ARTE DE SER FELIZ - BVIW

Uma das formas para ficar menos sério e mais alegre, é pensar fora da caixa, sair da rotina, desenterrar os resquícios da criatividade que já tive.

É olhar as nuvens em seu passeio pelo céu e imaginar que elas podem se transformar em outros bichos, antes que fiquem demasiadamente pesadas, sendo usadas e abusadas como “clouds” armazenadoras de fotos e vídeos para bilhões de nós outros cá embaixo e simplesmente despenquem, tornando o céu um imenso vácuo de possibilidades...

Mas é também olhar o olhar de quem, sem nenhuma esperança maior, recebe um prato de sopa e ainda agradece. É brincar com os cachorros e ouvir aquela demonstração ruidosa de alegria gratuita. É ouvir e ver a chuva fazendo um barulhinho bom na janela. É uma feijoada surpresa na casa da sogra. É ouvir Maria Gadu e Marisa Monte. É dar uma mão para o sobrinho cientista de Curitiba. É saber que a Fabi e o Renato estão bem. Que a Lúcia e eu formamos uma cumplicidade que já foi de paixão e hoje é "só" de amor. Ou ainda... Não me apressem! Vou me lembrar de outras coisas que me deixam tão alegre quanto o sorriso da Manu.

Há que ser artista e, principalmente, ingênuo, para ser feliz por inteiro nesses tempos bicudos. E eu, não sendo nem uma coisa nem outra, aproveito ao máximo pequenas alegrias como essas. Leio, escrevo e, sem pedir licença, tomo emprestado o título a uma das maiores que conheço.

Quem ainda não foi apresentado a Cecília Meireles, não sabe o que está perdendo. Reproduzo aqui o parágrafo final dessa ilustre crônica:

“Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.”

Estou tentando entrar para este último time...

Um grande abraço. Leo

Nilsson
Enviado por Nilsson em 16/05/2018
Reeditado em 22/05/2018
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