MILAGROSA REDENÇÃO
José, Maria, Carolline, Luiz, João, Ana, Bárbara, Jullia...qual é o seu nome? E não estou me referindo somente à sua identidade batismal ou ao seu registro cartorial. Mais que isso, refiro-me à qual valor a sua denominação sustenta como sinônimo humano de princípios, valores morais e éticos, de confiança e autorresponsabilidade. Por acaso você já reparou quantas pessoas de inúmeros sobrenomes que parecem ser simplórios ou até mesmo outros nomes de difícil escrita e pronúncia que com o tempo de contato com ele, se tornam valores agregados e de força para nós? É o poder e a energia que cada um carrega consigo que transcende à sua imagem, que faz ecoar uma reputação em diversas mentes como palavras de prêmio e esperança à humanidade. Segundo os textos judaicos “a beleza desaparece, mas o bom nome perdura.” E como será que essas pessoas se tornam tão importantes ao grupo social? Será que é em um passe de mágica?
Muito provavelmente o que alça alguém ou alguma linhagem e os torna marcantes ao mundo, seja literário, científico, da música, das artes ou do direito, são aquelas habilidades idiossincráticas que carregam em si e que iluminam, que resvalam virtudes. São dons, talentos que inspiram toda uma sociedade e diversas pessoas em épocas distintas. Esses propagam em comum uma força e energia internas muito preponderantes. Nas palavras do escritor norte-americano Eric Hoffer “dizem que o talento cria suas próprias oportunidades. Mas às vezes parece que a vontade intensa cria não apenas suas próprias oportunidades, mas seus próprios talentos.” Além disso são ininterruptos realizadores no auxílio, na transformação, na restauração de pessoas necessitadas, alienadas ou abandonadas. Por conseguinte através deles encontram razão para continuarem a acreditar, a viver e esperançar por uma raça humana distinta e que evolui não somente economicamente, tecnologicamente, mas espiritualmente. São cidadãos com ânimo exacerbado, no sentido estrito da palavra positiva. Que mesmo esgotados fisicamente; que ainda que às vezes sem pretexto para continuar, caminham, são fieis a seus valores, à sua família, à suas crenças. Além de tudo são pessoas de fé, determinação e disciplina inabaláveis.
Já ouvimos falar de Freud, Einstein, Aristóteles, Gandhi, Sunt Zu, Buda, Kathrine Switzer ou Santo Agostinho. Não eram sobre-humanos, não nasceram em palácios e não escolheram viver assim. Não coexistiram somente em um passado errante ou em uma realidade de infância cruel. Todavia vivenciaram toda e qualquer barbárie que qualquer um de nós. Por certo avançaram de maneira irrequieta, focada e visionária. Seguiram sua natureza indulgente e triunfaram em meio aos reveses do mundo. Eles experimentaram, se debulharam, mas também em meio ao caos filtraram o seu eu e assemelhado ao impermeável transpassaram a cortina de fumaça, o véu de fogo. E descobriram uma riqueza quase insondável à uma maioria que se desfaz e que dá meia volta antes mesmo de ter completado a fase final. Mahatma Gandhi nos instrui que “a força não provém da capacidade física. Provém de uma vontade indomável.”
Alguns ponderam ou pressentem que dá muito trabalho ser autor da própria história. Permitem por vezes que o medo os invada e que não encontrem a fonte dos desejos. “A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras” nas palavras do filósofo grego, Aristóteles. Podemos dizer que não é que aqueles não sintam incertezas. No entanto, mesmo que vez em quando sintam essa sensação de pavor, seguem em frente, cultivam a audácia, a ousadia e o otimismo. Ainda assim salvam pessoas, descobrem a cura, livram o inocente, exercem a justiça, demonstram a pureza de um carinho sem se paralisar perante à aflição. Vivem com intensidade e ensinam o que sabem, sem a desconfiança de perder o lugar. Desse modo encontram a razão para a comunhão entre os grupos, resgatam reféns, entregam a vida pelo próximo. São verdadeiros heróis, lendas, personalidades que merecem ser aplaudidas, reverenciadas por emocionarem, inspirarem, irem além sem pensar no fracasso, mas sim no intuito indubitável de conquistar a divina redenção.