SÓ QUEM SONHA É FELIZ POR DIREITO
Daqui deste sábado sem muito horizonte, vejo muitas coisinhas espalhadas. Umas novas, outras velhas com uma coisa em comum: nenhuma em lugar certo. Sequer as horas do relógio estão certas. Meu pensamento sim! Este ordena que todas devam em algum momento do decorrer da semana, voltar para seus respectivos lugares, já que meu lugar não é no meio desta confusão toda.
Daí inventei neste exato instante um apanhador destas coisas, sem cara de robô, é claro! Poderia ter aspecto invisível e poderia trazer-me um copo de água também. Este chegou rapidinho. Peguei o copo, mas não o pires que o sustentava. A água foi pela garganta e o pires, em mil cacos pelo chão. Deve ser que não estou acostumada com o pires ou então não soube dar o comando direito.
Antes que eu pensasse outra coisa inteligente, vi os cacos se unindo em um espiral de ventania e o pires estacionou debaixo do copo assim como um carro entra em uma garagem, mas desta vez juro que eu não era o motorista. E se aquilo tudo que estivesse acontecendo fosse real mesmo, eu deveria pensar na cor da pintura que toda a casa precisava; deveria pensar em qual carro seria o meu novo e qual o título do meu primeiro best-seller. E não é que pensei?! Afinal, só quem sonha é feliz por direito.