Saudade e aconchego
Vivemos num mundo duro, sem sentimentos e cheio de tragédias sociais e particularidades. Será por isso que sentimos tanto amor ao abraçar um ursinho de pelúcia? Viajei recentemente no mesmo avião que um rapaz nos seus vinte e tantos anos. Ele trazia uma bagagem de mão com perninhas de bichinhos fofinhos transbordando pelo zíper. Teria pelo menos dois ou três. Seria para os filhos, sobrinhos? Pensei que não. Por que ele também não teria direito a ter sua própria coleção? Hoje não é tão raro assim, além do mais não existe quem não admire e sinta-se voltar à infância quando olha para um. Animais vivos são a melhor coisa do mundo, mas num mundo de correrias e falta de tempo, substituí-los por outros inanimados satisfaz pela metade ou menos, mas é melhor que nada. Não tenho espaço para uma coleção, mas bem que gosto de sair do banho, agasalhada e quentinha, e sentar ao lado de meu ursinho, para ler um bom livro. Eu sei, é meu lado criança, mas é tudo de bom!