Sonhei com JS.
À frente vejo a singela, em madeira, casa amarela. Porta aberta adentro ao humilde amarelo interior. Mobília pouca e de parco valor. Simplória morada.
Fito o olhar num profundo à minha frente maior do que fosse possível o caber em exíguo espaço. Ao fundo bem vejo duas mulheres de cabelos negros, jovem uma outra não. Fixo os olhos que me fitam, estáticos em inexpressivos rostos.
Chama a atenção à direita do que me coloco, pequena janela um e vinte por um e vinte, em pequeno banco sentado JS com mesinha à frente, nem sendo escrivaninha, a escrever, em mecânica antiga máquina,textos do imaginário.
Pela janelinha avisto também modesta vizinha casa e na janela, duas mulheres de cabelos negros, não jovens, olhos em rostos estáticos que fitam os meus.
Fixo o olhar em JS a observá-lo no detalhe; óculos, camisa, calça e suspensório, cabelos levemente crespos de claro castanho.
Vez por outra os dedos interrompem os toques que imprimem o pensar e JS ergue os olhos para as mulheres da vizinha janela, olhar viajante, como a ler-lhes as almas ou, talvez, a enxergá-las com alma.
Penso! Assim nascem os versos e poesias; eis o mistério. Poder sentir com a alma percebendo almas.
Percebo-me! Em sonho enxergo com a alma outras almas, conhecidas JS ou não, mas almas.
Ao que pode parecer-lhe simples mero texto que escrevo, pôs-me a pensar do simbolismo a mensagem tal visão que acolhi no dormitar.